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Dr. António Brazão

Cirurgião Cardiotorácico

Dr. Diogo Rijo

Cirurgião Cardiotorácico

Doença Coronária Crónica

HPA Magazine 14


O QUE É A DOENÇA CORONÁRIA?
A doença coronária, ou cardiopatia isquémica, consiste na insuficiência de aporte sanguíneo ao coração por parte das suas artérias (artérias coronárias), devido ao facto de estas estarem obstruídas, havendo múltiplas causas para essa obstrução, sendo a mais comum a aterosclerose. Os principais fatores de risco para o processo de aterosclerose são a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, a obesidade, o sedentarismo e o tabaco, que levam à formação de placas de aterosclerose que estreitam as artérias coronárias e impedem o fluxo normal de sangue.

 



QUAL A POPULAÇÃO MAIS AFETADA?
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos países desenvolvidos, sendo que cerca de 12% das mortes são devidas à doença coronária. Em Portugal, a taxa de mortalidade por doença cardíaca isquémica é de 33% por 100.000 habitantes.
A formação de placas ateroscleróticas na face interna da parede das artérias, com diminuição progressiva de calibre, acompanha o processo de envelhecimento, aumentando a prevalência da doença com a idade, estando a sua gravidade e precocidade na dependência da existência de um ou mais dos fatores de risco referidos, que podem atuar de forma isolada ou sinérgica. 
A hereditariedade pode também ter um papel no desenvolvimento desta patologia. Contudo, existem casos sem fatores de risco percetíveis. O género masculino é mais frequentemente afetado, evidenciando-se alguma proteção hormonal nas mulheres.

QUAIS OS SINTOMAS DA DOENÇA CORONÁRIA?
O sintoma típico da cardiopatia isquémica é a angina de peito (ou apenas angina), que corresponde a uma sensação de desconforto ou aperto no peito, normalmente no lado esquerdo, que habitualmente irradia para o pescoço ou braço esquerdo, embora possa irradiar para outros locais no tórax e até para o abdómen.
A angina ocorre quando a necessidade de sangue por parte do músculo do coração (miocárdio) é superior à sua entrega, levando a que o miocárdio fique em isquemia e a consequente falta de oxigénio nas células origina a dor no peito. 
Normalmente a angina acontece quando o doente realiza um esforço, sendo progressiva com o mesmo e passando com o repouso, a chamada angina estável.  A angina também pode manifestar-se sem relação com o esforço, a angina instável. 
Se a isquemia se mantiver por muito tempo, pode levar ao enfarte agudo do miocárdio, onde ocorre morte do músculo cardíaco, que dependendo da sua magnitude ou indução de arritmias malignas, pode originar morte súbita.
Existem sintomas que não são tão caraterísticos da cardiopatia isquémica, mas que podem estar presentes, mesmo na ausência da angina, nomeadamente a dor ao nível do estômago, a sensação de falta de ar ou o cansaço, podendo mesmo não haver nenhum sintoma da doença, a chamada “isquemia silenciosa” (particularmente no doente diabético).

 


COMO SE DIAGNOSTICA A DOENÇA CORONÁRIA CRÓNICA?
Na maioria das vezes, a doença coronária pode ser diagnosticada através da elaboração da história clínica e avaliação do doente, principalmente na presença de sintomas típicos. Mediante a gravidade dos sintomas, podem ser requisitados alguns exames para complementar o seu diagnóstico, estabelecer estratégias terapêuticas e definir um prognóstico. Os exames solicitados são progressivos e estratificados, tendo em conta a necessidade de estudo e confirmação da doença nos seus diversos estadios. Alguns exames de diagnóstico solicitados são:

  • Prova de Esforço: consiste em andar/correr numa passadeira sob monitorização cardíaca, avaliando se existem sinais de isquemia com o esforço, na forma de angina e/ou de alterações no eletrocardiograma. Se este teste for positivo, normalmente há a necessidade de realizar outros exames complementares.
  • Ecocardiograma de Stress/Sobrecarga Farmacológica: permite avaliar, através de ecocardiograma, as alterações no coração quando sujeito a situações de esforço, sendo que na presença de isquemia o coração não consegue trabalhar adequadamente, batendo com menos vigor nas zonas afetadas.
  • Cintigrafia de Perfusão Cardíaca e Ressonância Magnética de Sobrecarga: exames mais dispendiosos e complexos, que permitem avaliar as áreas do miocárdio que recebem menos sangue devido à doença coronária, sendo apenas realizados em situações de grande dúvida nos exames anteriores ou como estudo complementar para abordagens terapêuticas invasivas.
  • Angio-TC: consiste na realização de uma tomografia computorizada onde se consegue ver as artérias do coração e os seus “apertos”.
  • Cateterismo Coronário: é o exame mais invasivo, e também o de eleição, para o diagnóstico, sendo reservado para os doentes com elevada suspeição de doença coronária. Consiste na introdução de um cateter pela artéria do braço (ou da perna) até chegar ao coração, injetando um líquido de contraste que permite avaliar o trajeto das artérias coronárias e o grau de obstrução, caso exista.

OPÇÕES TERAPÊUTICAS
As opções de tratamento são: médico, percutâneo e cirúrgico.
O tratamento médico é o indicado para as formas mais leves da doença coronária, havendo recurso a medicamentos de forma a estabilizar a mesma, controlar sintomas e melhorar o prognóstico.
O tratamento percutâneo consiste na realização de um cateterismo coronário, onde são implantados stents (malhas de rede) ao nível das oclusões das artérias, de forma a estas serem, e permanecerem, abertas, restaurando o fluxo sanguíneo e reduzindo a isquemia. Esta técnica tem as suas indicações precisas, com resultados muito bons, notando o doente uma melhoria sintomática muito grande, com impacto prognóstico importante. Existe a necessidade de internamento de alguns dias, retomando o doente a sua atividade normal em poucas semanas.
O tratamento cirúrgico consiste numa cirurgia às artérias do coração, chamada cirurgia de bypass coronário. São usadas artérias do peito (artérias mamárias internas) para ligar às artérias do coração, à frente das oclusões, restaurando o fluxo sanguíneo e diminuindo a isquemia. Esta é a opção mais invasiva, necessitando de “abrir o peito” para poder operar ao coração, existindo atualmente estratégias que permitem fazer cicatrizes mais pequenas, com menor abertura do peito. O doente normalmente fica internado 5 dias, retomando a vida normal em poucas semanas. Apesar de ser o método mais invasivo, é um procedimento de muito baixo risco e, de acordo com os estudos médicos, aquele que tem um maior número de indicações e que permite um melhor resultado a longo prazo, com menor recurso a medicamentos no futuro e melhoria clara no prognóstico global do doente. É sem dúvida o método de tratamento a considerar na doença coronária crónica grave.
No Grupo HPA Saúde a Cardiologia de Intervenção e a equipa de Cirurgia Cardiotorácica trabalham em conjunto num “Heart Team”, desde o diagnóstico à proposta do tratamento mais adequado a cada doente.