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Dr. João Paulo Sousa

Ortopedista
Diretor do Departamento 
de Ortopedia 

 

Próteses do joelho. 
Estarão os doentes satisfeitos?

HPA Magazine 14

 

O grupo de ortopedia do HPA, unidade de Gambelas, está a atingir as setecentas artroplastias do joelho (vulgo prótese do joelho) realizadas desde a sua abertura. É uma técnica que nos é particularmente gratificante, em que muito temos investido em termos de formação e investigação. Somos o centro nacional e, um dos europeus, com maior casuística numa abordagem particular de realizar esta intervenção, recorrendo à instrumentação específica (do inglês Patient Specific Instrumentation – PSI), em que são produzidas duas peças específicas para a cirurgia de cada doente, que acreditamos ter melhores resultados do que a instrumentação clássica. Esta experiência tornou-nos um centro de formação international nesta técnica e contribuiu para a obtenção da idoneidade formativa para internos de ortopedia, atribuída pela Ordem dos Médicos para estágios nesta área.

 


 

 

Temos na nossa base de doentes um total de 688 intervenções, realizadas entre 2011 e 2020, das quais 150 foram de bilateralidade, numa população predominantemente feminina (68%) e com uma média etária de 70 anos (limites inferior e superior de 48 e 92 anos). Destes doentes, 10% tinham uma idade igual ou superior a 80 anos, demonstrando que a idade não é uma contraindicação para a realização desta cirurgia, bem pelo contrário. 
No ano de 2019 tivemos um internamento médio de 2,6 dias sendo a estadia mais frequente de 2 dias. Outra constatação apurada é a diminuição da necessidade de transfusão, sendo que desde há cinco anos (452 intervenções consecutivas) não temos a necessidade de transfundir qualquer doente. 
A complicação mais frequente foi a artrofibrose, situação em que existe uma deficiente amplitude de movimentos que cria a necessidade de uma segunda intervenção para mobilizar o joelho sob anestesia. No entanto, a complicação mais temida neste tipo de intervenções, é a infeção, cuja manifestação ocorreu exclusivamente em dois casos, resultando numa taxa de infeção inferior a 0,3%, valor ótimo e raro de se observar na maior parte dos centros nacionais e internacionais.
Nenhum destes resultados faria sentido, se o último objetivo desta, como de outras cirurgias, não se cumprisse: o objetivo de ter o doente satisfeito no final do procedimento. 
Dando cumprimento a esse requisito, avaliamos a satisfação dos nossos doentes inquirindo-os através de uma escala numérica que varia de 1 (nada satisfeito) a 10 (inteiramente satisfeito). Até ao momento já recolhemos 602 respostas, cuja distribuição das respetivas frequências está patente na Tabela 1.
Os resultados mostram-nos que a o valor médio da satisfação é de 8,7, que os homens estão mais satisfeitos, embora sem diferença significativa (8,7 versus 8,5) e que a distribuição pelos diferentes grupos etários é uniforme (<60 anos=8,5; 60-69 anos=8,6; 70-80 anos=8,7 e >80 anos=8,5).
Apurámos ainda que a satisfação dos casos operados pela técnica de instrumentação específica é ligeiramente superior à da instrumentação convencional (8,7 versus 8,5). 
 

Os dados descritos na Tabela 1 permitem-nos dizer que quase metade dos doentes classificou a satisfação com a pontuação máxima e que mais de 90% a classificou como positiva (>5).
O valor percentual dos doentes insatisfeitos (<5) é inferior a 10%, sendo que esta frequência corresponde à maior parte dos doentes que sofreram complicações, importando assumir o compromisso que trabalhamos e estudamos diariamente para reduzir a zero a percentagem deste resultado.
O que alcançámos até agora, são resultados que ombreiam com os publicados nos melhores centros e, são o fruto de um trabalho de equipa; de um grupo de profissionais que inclui além de todo o staff médico, também administrativos, enfermeiros, auxiliares e fisioterapeutas. Um grupo de profissionais que se organiza em protocolos e procedimentos estandardizados e que se desafia e autoavalia permanentemente. Um grupo de profissionais que tem como objetivo poder mostrar aos doentes os resultados que pode esperar; um grupo de profissionais que acredita que a melhoria contínua só é possível quando se conhece de forma profunda e detalhada o resultado do seu trabalho.