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Reumatologista
HPA Magazine 17
De uma forma geral, as vacinas não vivas podem ser dadas de forma segura a doentes sob imunossupressão. As vacinas vivas não estão recomendadas em caso de terapêutica imunossupressora com altas doses, no entanto, poderão ser consideradas em casos selecionados, após uma correta avaliação individual da relação risco/benefício.
Essa avaliação tem em conta os fatores de risco inerentes ao próprio doente, como a idade, o tipo de imunossupressão a que está sujeito e também a vacina em causa, por exemplo, a vacina contra a febre amarela representa um maior risco do que outras, como a vacina contra o herpes zoster.
Quanto às vacinas fora do PNV, as recomendações para os doentes com doença reumática inflamatória sistémica são:
• Vacina contra a gripe anual e vacina pneumocócica
• Vacina contra a hepatite B, em doentes não imunes a este vírus
• Vacina contra a hepatite A, se viagem para área endémica
• Vacina contra o vírus papiloma humano, para adultos jovens não vacinados previamente
• Avaliação risco/benefício para a vacina contra o herpes zoster, em doentes com 60 anos ou mais.
Os doentes reumáticos estão em especial risco no contexto pandémico atual pelo que a vacinação contra a COVID-19 é recomendada. Nos casos em que a infeção pelo vírus SARS-CoV-2 ocorreu antes da primeira dose da vacina, os doentes sob imunossupressão devem cumprir o esquema completo recomendado a partir do 3º mês após a infeção.
A realização de dose adicional está indicada quando o esquema vacinal inicial contra a COVID-19 tenha sido realizado durante um período de imunossupressão grave, nomeadamente tratamento com leflunomida, rituximab, ciclosporina, ciclofosfamida, azatioprina, micofenolato de mofetilo, metotrexato e dose elevada de corticosteroides (>10mg/dia durante pelo menos 3 meses ou >20mg/dia durante pelo menos 2 semanas). A dose adicional deve consistir numa dose de vacina de mRNA, com um intervalo mínimo de 3 meses após a última dose do esquema vacinal anteriormente realizado.
Estas recomendações devem ser aplicadas de forma sistemática na prática clínica diária, de forma a diminuir o impacto que as infeções têm na vida dos doentes reumáticos.