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Dr. Aguinaldo Andrade

Ginecologista/Obstetra
Sub especialista de 
Ginecologia Oncológica
e Senologia

Dr. Aguinaldo Andrade

Cancro da mama

O futuro revisitando o passado

HPA Magazine 19

A história do tratamento do cancro da mama acompanha, a evolução da ciência cirúrgica, e esta segue o progresso do conhecimento humano. 
Há uma longa fase empírica, de séculos, e uma fase científica que tem pouco mais de cem anos.  A última e mais importante etapa é a dos derradeiros quarenta anos.
A descoberta do microscópio revolucionou a compreensão das doenças.

 


Cancro da mama


 

Em 1757 Henri François Le Dran, publica: o cancro da mama é uma doença com início local, na glândula mamária, e, a partir daí, através dos canais linfáticos atinge os gânglios axilares só então se disseminando pelo organismo… Estavam criados os fundamentos da mastectomia com esvaziamento axilar.
Generaliza-se o conceito de que é necessário estadiar o cancro da mama para racionalizar o seu tratamento.
Halsted decidiu ressecar em bloco: toda a glândula mamária, mais o músculo grande peitoral e todo o conteúdo axilar.
A esta operação de Halsted, executada pela primeira vez em 1882 no Roosevelt Hospital (Nova Iorque), foi dado o nome de mastectomia radical e perdurou até aos anos 70 do século passado.
Em 1971 houve uma mudança de paradigma baseada no estudo de Fischer, em que se concluiu que o cancro da mama é uma doença sistémica.
Em 1906 é publicado em Boston o primeiro trabalho sobre uma nova modalidade terapêutica no combate ao cancro da mama: a radioterapia.
Ao lado de algumas curas espectaculares apareciam as complicações resultantes de doses indiscriminadas de Raios X que, por essa altura, eram aplicados numa única sessão levando mesmo à morte das doentes. Só em 1911 Claude Regaud (1870-1941), de Paris, concebe a radioterapia em doses fraccionadas. Atualmente já se realiza a radioterapia intraoperatória em dose única. O Grupo de Senologia do Hospital Particular do Algarve foi pioneira no tratamento por radioterapia intra-operatória do cancro da mama em toda a zona sul do país.
É necessário informar que a mamografia não previne o cancro da mama, sendo necessário repetir por isso o exame a intervalos regulares. O rastreio do cancro da mama com mamografia permite detetar lesões de 2 a 3 mm. Para estudo destas pequeníssimas lesões é necessária uma metodologia especial. O Hospital Particular do Algarve é a única entidade privada de saúde em todo o sul do país a efetuar marcação estereotaxica das lesões infra clínicas da mama. 
O progresso na compreensão da biologia do tumor permitiu a tomada de decisões de tratamento personalizado. A radicalidade da cirurgia mamária deu lugar à cirurgia oncoplástica com melhores resultados estéticos e com melhor prognóstico.

CANCRO DA MAMA – O FUTURO
Medicina Personalizada “Não há doenças e sim, doentes”.
Não é possível cuidar do corpo das pessoas sem cuidar das suas mentes. É dever de todos os médicos, ouvir os nossos doentes e fazer parte das emoções daqueles que tratamos todos os dias (Umberto Veronessi).
Daí a importância de haver um grupo interdisciplinar para abordagem das doenças da mama, como a Unidade da Mama do nosso Hospital.