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Enfº Tito Manuel Félix

Enf.º Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia

 

A importância do contacto pele a pele na vinculação precoce e no sucesso do aleitamento materno

HPA Magazine 9

 

Atualmente são muitas as Maternidades e Hospitais europeus que puderam receber a designação de “Amigos dos Bebés”. Conseguir este estatuto faz parte de um longo processo de acreditação a que as instituições se submetem, sujeitando os seus profissionais e as respetivas práticas clínicas a um escrutínio rigoroso e detalhado. 
O estatuto de Hospital Amigo dos Bebés assenta no cumprimento de 10 Recomendações emanadas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e entendidas como facilitadoras/ promotoras do sucesso no aleitamento materno. Sem sermos exaustivos, essas Dez Recomendações apontam para a otimização de práticas por parte da equipa de saúde que promovam de forma constante e exclusiva a amamentação sem obstáculos e constrangimentos; profissionais informados e treinados na promoção e aconselhamento do aleitamento materno, passando pela adoção do alojamento conjunto, suporte e encorajamento materno constante, entre outros. 
A 4ª Recomendação deste conjunto enfatiza especialmente que para ser alcançado o sucesso na amamentação, é necessário garantir condições para que a adaptação à mama ocorra ou seja iniciada até 1 hora após o parto. E especifica o seguinte: «o bebé deve ser colocado em contacto pele-a-pele com a sua mãe imediatamente após o parto, durante pelo menos uma hora, encorajando-a a reconhecer quando o seu bebé está pronto para mamar, oferecendo apoio e ajuda quando necessário». 
É portanto determinante a sensibilização dos profissionais de saúde das Maternidades para fomentarem esta prática e integrá-la no conjunto dos cuidados prestados no puerpério imediato, à mãe e ao recém-nascido. São eles que podem estimular e facilitar o contacto pele-a-pele, adiando mesmo outras tarefas não prioritárias, por forma a respeitar os mecanismos fisiológicos adaptativos do bebé na primeira hora de vida e seguintes. 


A VINCULAÇÃO
O período da gestação, o período das 38 a 40 semanas que compreendem a gravidez até ao seu termo, permite à grávida desenvolver sentimentos positivos e de vinculação afetiva com o bebé, assim como uma identificação progressivamente mais estreita com ele. Deste modo, tornando viável o contacto pele-a-pele logo após o parto, na sequência imediata da expulsão, estamos a permitir que sejam estimulados importantes e múltiplos mecanismos de ordem sensorial, comportamental, cognitiva e hormonal. A adaptação à mama nesta fase constitui uma tarefa fundamental, não só no processo de vinculação (dando continuidade à identificação ocorrida durante a gravidez entre a mãe e o bebé), mas também nos processos de desenvolvimento dos reflexos de sucção/deglutição e de estimulação mamária.
É imprescindível disponibilizar tempo e um ambiente tranquilo, favorável e de conforto na sala de partos, para que o contacto pele-a-pele resulte e se possa usufruir dos benefícios do mesmo, adiando para mais tarde a administração da vitamina K, a limpeza ocular, a pesagem ou a observação pelo Pediatra. Naturalmente que esta atitude só deverá ocorrer quando a vontade da mãe é manifestada nesse sentido e, quando a boa vitalidade e bem-estar de ambos são comprovados e estão garantidos. Caso contrário, as prioridades são estabilizá-los e assisti-los. A prematuridade e o parto por cesariana são referidos como um «fator que prejudica muitas vezes o contacto precoce». 

OUTROS BENEFÍCIOS
«O contacto pele-a-pele acalma o bebé, auxilia na estabilização dos batimentos cardíacos e padrão respiratório, reduz o choro e o stress, além de fomentar a termorregulação».

A PELE
«A pele é o maior órgão do corpo humano e como tal recebe estímulos sensoriais de vária ordem, podendo o contacto pele a pele promover alterações orgânicas adaptativas na mãe e no bebé nas primeiras horas de vida».

NA MATERNIDADE HPA… 
Salvaguardando situações de exceção, como a instabilidade materna ou neonatal, ou ainda por vontade expressa da mãe em não o fazer, o contacto pele a pele e a adaptação à mama na primeira hora de vida são uma prática habitual, desenvolvendo-se na sala de partos de forma imediata e, em parto por cesariana ainda no recobro.

Uma equipa de saúde sensibilizada para o benefício de todas estas ações vai sem dúvida proporcionar à mãe, ao bebé e à família o fortalecimento da vinculação entre si, propiciando à criança um melhor início de vida e contribuindo em muito para o sucesso da amamentação.