O projecto Alta Segura foi implementado no Hospital Particular do Algarve - Faro como resultado da parceria com a APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil e o apoio do Fórum Algarve.
Tem como objectivo a promoção do transporte em segurança dos recém-nascidos no momento da Alta da Maternidade.
A implementação do Alta Segura no Algarve é uma iniciativa da APSI, apoiada pelo Fórum Algarve e implementada nos hospitais com maternidade da região.
A primeira fase do Alta Segura consistiu na formação teórica e prática de profissionais de saúde, habilitando-os a esclarecer as famílias relativamente aos cuidados a ter na escolha da cadeirinha, na sua instalação no automóvel e na utilização pela criança, bem como a verificar se o transporte no momento da Alta da maternidade é feito em condições de segurança adequadas. Foram oferecidos aos hospitais os recursos materiais necessários para a implementação da iniciativa.
Mesmo dentro das localidades, e a baixas velocidades, um acidente de automóvel pode ter consequências muito graves. Adultos e crianças devem usar sempre o cinto de segurança e a cadeirinha, corretamente colocados.
Viajar à solta pode comprometer gravemente a saúde de qualquer adulto. No caso de uma grávida, a vida do bebé fica também ameaçada – ao ser projetada contra o tablier, volante, banco da frente ou exterior, também o bebé é projectado e pode embater com violência ou ficar “esmagado” pelo peso da mãe, aumentado pela velocidade do automóvel.
As grávidas devem usar o cinto de segurança durante toda a gravidez e em qualquer viagem! Para que não provoque lesões ao bebé, deve ser colocado corretamente: a faixa subabdominal assente nos ossos da bacia e não sobre a barriga, e a faixa diagonal sobre o ombro, passando pelo esterno, e nunca por baixo do braço.
Se viajar no lugar do passageiro, recue o banco de forma a ficar o mais afastada possível do airbag.
No final da gravidez, pode ser desaconselhável conduzir devido à proximidade do airbag – que pode abrir e provocar lesões muito graves ao bebé.
O recém-nascido deve ser transportado numa cadeirinha voltada para trás desde a 1ª viagem (da maternidade para casa), para que a cabeça, o pescoço e as costas sejam apoiados uniformemente, em caso de acidente, e fiquem protegidos. Escolha uma cadeirinha do grupo 0+, homologada até aos 13 kg – o “ovinho” – em que o bebé viaja semi-sentado. A alcofa, onde a criança viaja deitada, não é aconselhada, pois a maioria dos embates são transformados em choques laterais, mais perigosos para o cérebro.
Antes de comprar, experimente a cadeira nos automóveis em que vai ser utilizada, para ter a certeza que a consegue instalar de acordo com as instruções do fabricante – só assim será eficaz em caso de acidente! Escolha um modelo homologado: procure a “etiqueta E” e verifique se o número de aprovação começa por 03 ou 04 (prefira cadeiras homologadas pela versão 04, mais recente que a 03).
Instale o “ovinho” de costas para o sentido do trânsito, preferencialmente no banco de trás do automóvel. Nunca o use no banco da frente com um airbag frontal ativo! Pode optar por um modelo que seja preso com o cinto de segurança, ou pelo sistema isofix, se o seu automóvel estiver preparado – a cadeira encaixa em 2 pontos inferiores, na base das costas do banco do automóvel, e apoia-se num 3º ponto, no chão, para evitar a rotação, em caso de acidente. Aperte sempre o arnês (cinto interno da cadeira) e ajuste-o, para que fique apenas 1 dedo de folga entre este e o ombro do bebé.
Nunca retire o bebé da cadeirinha com o automóvel em andamento nem o leve ao colo, mesmo que por breves instantes (por exemplo, para mamar). Todos os passageiros devem usar o cinto, no banco da frente e de trás, para não serem projetados contra o bebé. O carrinho de passeio e toda a bagagem devem ser arrumados no porta-bagagens. Se tiver mesmo que os levar dentro do automóvel, prenda-os com um cinto de segurança.
O bebé pode viajar no “ovinho” até aos 13 kg, enquanto a cabeça estiver bem apoiada e o arnês ficar à altura do ombro. Não se preocupe se as pernas e os pés saírem da cadeira ou tocarem no banco; as crianças podem viajar com as pernas dobradas ou encolhidas!
Mantenha-o de costas para o trânsito até aos 3 ou 4 anos, numa cadeira do grupo I ou I/II, homologada virada para trás até aos 18 kg ou 25 kg. Estas cadeiras são maiores e têm mais espaço para as pernas.
As cadeiras do grupo 0+/I (0-18 kg) também permitem transportar a criança de costas, mas apenas até cerca dos 18 meses ou 2 anos: são homologadas viradas para trás até aos 13 kg e têm menos espaço para as pernas.
Os acidentes rodoviários são a maior causa de morte e incapacidade permanente em crianças na Europa e em Portugal. Apesar da segurança rodoviária, na última década, ter melhorado consideravelmente, tendo Portugal alcançado a melhor média de redução da mortalidade infantil por acidentes rodoviários, as crianças abaixo dos 14 anos ainda representam 3,2% do total da mortalidade rodoviária. Quase 50% destas mortes acontecem com crianças passageiras de automóveis.
A utilização de um sistema de retenção para crianças (SRC), vulgarmente designado por “cadeirinha”, adequado e bem instalado, reduz a ocorrência de morte ou ferimentos graves em crianças entre 90-95% (cadeira virada para trás) e 60% (cadeira virada para a frente). No entanto, os erros na utilização dos SRC podem reduzir substancialmente o nível de proteção.
A utilização incorreta e/ou desadequada dos sistemas de retenção para crianças está relacionada, em grande medida, com a falta de informação fidedigna, consistente e clara dirigida às famílias. Da mesma forma, a ausência de conhecimentos técnicos específicos por parte dos profissionais – nomeadamente os da saúde – que têm responsabilidade no aconselhamento das famílias e possuem, por isso, grande poder de influência nas suas escolhas e decisões contribui de forma determinante para esta realidade.
A APSI, Associação para a Promoção da Segurança Infantil, é uma associação privada sem fins lucrativos, com o estatuto de utilidade pública, que tem como objetivo promover a união e o desenvolvimento de esforços para a redução do número e da gravidade dos acidentes e das suas consequências nas crianças e jovens em Portugal.
É sua missão promover a melhoria da qualidade de vida das crianças e jovens e assegurar o desenvolvimento de um ambiente promotor de saúde que lhes permita crescer em segurança e desenvolver-se plenamente a nível físico, psico-motor e sociocognitivo.
Fonte: APSI