No passado domingo foi realizado pela primeira vez no Algarve um Implante Percutâneo ou Transcatéter da Válvula Aórtica por Via Transapical.
Segundo o Prof. José Baptista Coordenador da Unidade de Intervenção Cardiovascular do Grupo HPA Saúde “esta era a única via possível de acesso para o implante. Tratava-se de uma situação complexa e grave. Se não tivéssemos investido nesta possibilidade, a sobrevida desta paciente inglesa estaria com toda a certeza e a breve trecho, muito comprometida”.
“Até agora só tínhamos utilizado a técnica pela via femoral. No entanto, esse acesso para este caso manifestou-se inviabilizado, uma vez que encontrámos uma calcificação importante no trajeto até a válvula aórtica”, sublinha o Prof. Baptista.
“Quando não existe nenhuma via de acesso para fazer chegar a válvula ao coração, de forma minimamente invasiva, a solução é realizar uma pequena incisão de cerca de 4 cm por debaixo da mama, para assim entrar no coração diretamente, através do apex. Esta intervenção requer uma grande coordenação entre a equipa de cirurgiões cardíacos e a equipa de cardiologistas de intervenção, os clínicos que compõem o Heart Team”, sublinha ainda o Prof. José Baptista.
O Implante Percutâneo da Válvula Aórtica veio revolucionar a abordagem da Estenose Aórtica, ao proporcionar a sua substituição (não-cirúrgica) em doentes com quadros graves desta condição, em situação inoperável ou com risco muito elevado para a cirurgia de coração aberto. A Estenose Aórtica é uma das doenças mais comuns na população idosa, correspondendo a 40% de todas as valvulopatias diagnosticadas. Em Portugal estima-se que esta condição afete mais de 30.000 pessoas, número que tenderá a aumentar de acordo com a previsibilidade que possuímos acerca do envelhecimento populacional.
Apesar da complexidade da intervenção, esta revelou-se um enorme sucesso, mantendo o Hospital Particular do Algarve como uma das referências da Cardiologia de Intervenção, no panorama nacional da medicina privada.
16 de Março de 2017