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Dr.ª Suzana Guedes

Psicóloga Clínica

 

Viver sem medo!

HPA Magazine 13


O medo é um estado emocional que surge como resposta a uma situação de perigo. Sempre que acontece alguma coisa sentida como potencialmente ameaçadora, que coloque em causa a sua segurança ou até a sua vida, o cérebro reage involuntariamente libertando um conjunto de compostos químicos e o seu corpo responde a esse mesmo perigo com sensações físicas tais como o aumento dos batimentos cardíacos, aceleração da respiração ou até fraqueza ou rigidez muscular.

 

 


Na maioria das vezes sentir medo não é negativo. O medo é extremamente importante para a nossa sobrevivência, pois se nunca sentíssemos medo colocar-nos-íamos frequentemente em situações perigosas, o que poderia ter consequências graves para nós e para os que nos rodeiam. 
Quando uma situação é tida por nós como perigosa, rapidamente e muito naturalmente o nosso corpo se prepara para o confronto, para a fuga ou para o congelamento, que são as possíveis reações do organismo diante de uma situação perigosa. Na maioria das vezes estas reações não se conseguem controlar, pois não são mais do que formas de sobrevivência adquiridas em idades por vezes muito precoces.
Nas crianças os medos são muito comuns e podem estar relacionados com situações vividas e sentidas como estranhas e ameaçadoras num determinado contexto. É habitual, por exemplo, que a criança possa ficar com medo do Pai Natal, se ninguém a prepara devidamente para o facto de ele entrar de rompante pela casa e ainda por cima ser em tamanho real e não do tamanho que ela estava habituada a ver, na televisão ou nos livros de histórias. Ou sentir-se ameaçada pelos disfarces numa noite de Halloween. Os medos nas crianças tendem a desaparecer e quando não desaparecem acompanham-nas ao longo da sua vida, podendo vir a ser mais tarde disparados, ou já na idade adulta.
Muitas vezes temos medos provocados por situações concretas, por nós conhecidas (por exemplo, medo de cães, de ir ao dentista ou de tirar sangue, medo de andar de avião, etc) que na maioria das vezes estão ligados a experiências concretas vividas no passado, ou histórias que nos contaram. Mas outras vezes temos medos súbitos e irracionais os quais não conseguimos controlar nem entender a sua origem. 
Em qualquer das formas, o medo sentido pode ir desde uma ligeira resposta do organismo (desconforto ou ansiedade ligeira), até sensações de desconforto e descontrolo totais. Neste caso, o medo passa a ter sérias repercussões no dia-a-dia da pessoa, podendo passar a patológico e afetando profundamente a dimensão física (com sensações corporais de mau estar e alerta), emocional e social. Podendo posteriormente ser diagnosticado como fobia.
Claro que há medos que podem não ter implicações no nosso dia-a-dia. Por exemplo, se trabalha e reside num rés-do-chão, um medo de andar de elevador poderá não ter grandes implicações nas suas rotinas. Mas se necessita fazer viagens de carro constantes e tem medo de conduzir, os seus dias podem ser verdadeiramente angustiantes. Passa a existir um conflito entre o racional, que lhe diz “Não há razão para ter medo” e o seu emocional, ou seja, o medo que está a sentir através das sensações corporais (batimento cardíaco, tremor, paralisação, boca seca, entre outras), enquanto continua a ver a situação como uma verdadeira ameaça.

Isto pode acontecer com os mais variados medos, mas os mais comuns são mesmo o medo de animais (cães, aranhas, gatos, cobras, etc.), situações (andar de avião, de conduzir, tirar sangue, ir ao dentista, fazer um determinado exame médico, espaços fechados ou abertos, medo do escuro) ou outros como o medo de ter ou contrair uma doença, morrer, medo que aconteça algo catastrófico, etc.
Pois saiba que a Psicologia evoluiu muito nos últimos anos e com as mais recentes abordagens é possível, após avaliação, perder o seu medo em apenas uma sessão. Sim! Percebeu bem. As novas abordagens neurobiológicas aproveitam os processos de memória e o processo natural de reprocessamento das memórias, para que o seu cérebro perceba que já não há razão para alarme. Simultaneamente e através da indicação do seu cérebro, também o seu corpo entende que já não há necessidade de reagir ao perigo, lutando, fugindo ou colapsando perante a situação desproporcional e irracionalmente ameaçadora.
Após a intervenção vai reparando que o seu medo vai perdendo a intensidade. Será proporcionada uma sessão de follow up para finalizarmos o processo e nos despedirmos convenientemente do seu medo.
MARQUE JÁ A SUA CONSULTA E PASSE A VIVER SEM MEDO!