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Dr. Luís Freitas

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Dr. Luís Almeida Dores 

Otorrinolaringologista

Rinoplastia entre a estética e a função

HPA Magazine 11


O nariz é uma estrutura central da face que para além de ter uma componente estética, também desempenha funções essenciais como a respiração e o olfacto. O nariz deve ser adequado à face e, pelo facto de poder apresentar variações na forma e tamanho é frequentemente alvo de grande insatisfação.
A sua aparência ou o seu funcionamento nem sempre estão de acordo com as expectativas da pessoa. Esta condição pode prejudicar tanto a qualidade de vida, devido à presença de uma obstrução nasal crónica, como a própria autoestima, quando existe um nariz esteticamente insatisfatório. 

 


A Rinoplastia (a cirurgia estética facial mais realizada em todo o mundo) surge como a cirurgia indicada para quem está insatisfeito com o formato do seu nariz, apresentando como principal finalidade a correção de deformidades, tornando o nariz mais harmonioso com a restante face. 
Esta intervenção cirúrgica pode ser associada a outros procedimentos nasais, (nomeadamente correção de aspetos funcionais do nariz) que condicionam por exemplo, obstrução nasal crónica, como o desvio do septo nasal. 
Na maioria das vezes realiza-se uma Rinoseptoplastia que permite corrigir desvios do septo nasal, de forma a permitir uma melhor respiração nasal e uma rinoplastia, para melhorar a estética do nariz.
O cirurgião deve, por isso, dominar a anatomia e os conceitos cirúrgicos como um todo e não por secções tendo em conta a componente estética e a vertente funcional da respiração nasal. 
Na primeira consulta, um candidato a Rinoplastia é sujeito a uma avaliação completa de toda a estrutura nasal, desde a pirâmide exterior e a sua relação com a restante anatomia facial, até às estruturas endo-nasais, tais como o septo, os cornetos nasais e os seios peri-nasais. A ajuda de programas de simulação é por vezes também uma excelente ferramenta para facilitar a comunicação entre o médico e o paciente. São sempre tiradas fotografias antes e depois da cirurgia, a partir de vários ângulos, para completar essa avaliação. Na análise do resultado desejado procura-se um nariz harmonioso, inserido no contexto particular do individuo sem estigmas de “nariz operado”.
Embora haja uma planificação detalhada e individual para cada cirurgia, a verdade é que em média, 10% dos narizes operados vão precisar de um pequeno ajuste ou “retoque” (1 em cada 10), sendo que essa revisão, por norma, apenas se realiza um ano após a primeira cirurgia. A maior parte dos casos disfarçam-se facilmente com infiltração de um produto de preenchimento.
A Rinoplastia também sofreu ao longo das últimas décadas avanços em conceitos e técnicas; assim, apesar da aparente agressividade é quase indolor e muito bem tolerada pelo doente. Os hematomas faciais, principalmente peri-oculares (à volta dos olhos), apenas estão presentes quando se efetuam osteotomias (fraturas dos ossos nasais para reposicionamento).
Quase sempre, o maior desconforto diz respeito a algum grau de obstrução e secreções nasais, que vão estar presentes na primeira semana. De realçar que o ato do “destamponamento“ é um momento perfeitamente tranquilo e sem dor, já que usamos um penso interno plastificado, o que permite um deslizamento atraumático. Por norma, é utilizada uma tala de proteção externa moldável que permanece 6 a 7 dias. 
Durante as primeiras semanas é habitual algum congestionamento nasal devido ao edema, o qual vai diminuindo progressivamente durante o primeiro mês. Inicialmente rijo e edemaciado, o nariz vai gradualmente ficando maleável à medida que o edema vai desaparecendo. O resultado final de uma Rinoplastia pode levar cerca de três a seis meses. 
Como acontece em todas as cirurgias cutâneas, deve-se colocar protetor solar diariamente e evitar a exposição solar, para diminuir as probabilidades de complicações e ter uma rápida recuperação.