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Dr. Ilídio Gonçalves

Otorrinolaringologista

Dr. Carlos E. Nabuco

Otorrinolaringologista

Cirurgia da cabeça e pescoço
Uma nova valência no HPA

HPA Magazine 15

 

Desde setembro do ano passado que a Consulta de Cirurgia da Cabeça e Pescoço, uma subespecialidade da Otorrinolaringologia, funciona no HPA Gambelas, sob a responsabilidade clínica do Dr.  Carlos E. Nabuco. Tumores, doenças inflamatórias ou congénitas fazem parte da sua área de intervenção, todas com o denominador comum de se situarem nas regiões da cabeça e do pescoço.



 

A cirurgia de cabeça e pescoço é uma valência médico-cirúrgica multidisciplinar que trata doenças benignas e malignas (cancros) da região da cabeça e pescoço, com exceção do sistema nervoso central e coluna. 
As doenças mais importantes e/ou comuns do foro da cirurgia de cabeça e pescoço são:

  • Tumores dos lábios, boca, garganta (faringe), laringe e cordas vocais, cavidade nasal;
  • Doenças das glândulas salivares (parótidas, submaxilares, sublinguais): inflamatórias, cálculos e tumores;
  • Doenças congénitas: quistos branquiais, tiroglosso e dermóide, linfangiomas, hemangiomas;
  • Doenças da tiroide e paratiroides;
  • Traqueostomias e traqueia cervical;
  • Investigação de massas/nódulos do pescoço.

Dadas as particularidades anatómicas próprias da cabeça e pescoço e de cada uma das doenças que tratam, naturalmente, a cirurgia de cabeça e pescoço envolve diversas especialidades médicas como a Otorrinolaringologia, Cirurgia Maxilo-facial, Cirurgia Plástica, Oncologia Médica, Radioterapia, e especialidades não médicas como a Terapia da Fala, a Enfermagem, a Fisioterapia, entre outras. 

CANCROS DOS LÁBIOS, BOCA, GARGANTA (FARINGE), LARINGE E CORDAS VOCAIS E CAVIDADE NASAL
Os cancros de cabeça e pescoço representam a 6ª neoplasia mais comum nos homens e a 8ª nas mulheres. Apesar disso e, mesmo tendo em conta que a boca é um órgão de fácil acesso, são neoplasia pouco conhecidas da população em geral se compararmos com outros tumores. 
Os seus fatores principais de risco são: i) o consumo crónico de tabaco e álcool, particularmente se associados e ii) mais recentemente, a infeção por HPV (Papiloma Vírus).
Como em todos os tumores, o diagnóstico precoce e tratamento rápido e adequado são fundamentais para o prognóstico. Mas tão importante como tratar os tumores da cabeça e pescoço, é também minimizar as sequelas. Uma vez que a região é sede de funções tão básicas como falar, comer, respirar, sorrir, tanto o tumor quanto o seu tratamento podem provocar grandes limitações ao doente. Outra questão que se coloca é o facto de ser uma região habitualmente exposta do corpo, provocando também sequelas estéticas, que podem trazer inibição e insegurança. Nos últimos anos, as novas técnicas de reconstrução e de radioterapia, assim como os novos medicamentos de quimioterapia e imunoterapia, melhoraram muito o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes, refletindo a importância da abordagem multidisciplinar nestas patologias.

DOENÇAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES (PARÓTIDAS, SUBMAXILARES, SUBLINGUAIS): INFLAMATÓRIAS, CÁLCULOS E TUMORES
As doenças inflamatórias das glândulas salivares, também chamadas de sialoadenites, normalmente provocam dor e inchaço das glândulas quando há necessidade da produção de saliva, ou seja, durante uma refeição, e esta não consegue ser expelida para a boca. Há diversas causas para a saliva não conseguir chegar à boca, sendo a mais comum a presença de cálculos (pedras). Ou seja, da mesma forma que há pedras nos rins, também é possível existirem pedras nas glândulas salivares.
Os tumores de glândulas salivares são, na sua maioria, benignos. Mas habitualmente deverão ser operados, uma vez que crescem ao longo do tempo provocando deformidade estética ao doente, além de albergarem risco de transformação em cancro ao longo do tempo. 


DOENÇAS CONGÉNITAS: QUISTOS BRANQUIAIS, TIROGLOSSO, DERMÓIDE, LINFANGIOMAS, HEMANGIOMAS
Como o próprio nome diz, são doenças que já nasceram connosco, e como tal, manifestam-se mais frequentemente na infância, apesar de existirem casos em que somente são diagnosticados já na vida adulta. São também habitualmente benignos, mas exigem cirurgia para a sua resolução definitiva, no sentido de evitar complicações locais.

TIRÓIDE E PARATIROIDES
São os órgãos endócrinos do pescoço e habitualmente são sede do aparecimento de nódulos. Na sua extensa maioria são benignos, mas a natureza de alguns destes nódulos tem de ser esclarecida e resolvida através da cirurgia.

TRAQUEOSTOMIAS E TRAQUEIA CERVICAL
A traqueostomia é um tubo que o doente utiliza para respirar através de um orifício no pescoço quando, por qualquer motivo, não consegue respirar pela via normal. Entretanto, quando a razão que motivou a traqueostomia já está resolvida, alguns doentes, ainda assim não conseguem encerrá-la. Nesta situação, por vezes é possível identificar e resolver as causas, permitindo a remoção definitiva da traqueostomia.

INVESTIGAÇÃO DE MASSAS/NÓDULOS NO PESCOÇO
A maior parte das doenças da cabeça e pescoço e mesmo várias outras doenças do resto do corpo, podem manifestar-se através de massas ou nódulos no pescoço. A avaliação destas massas pode ser bastante complexa devido à quantidade e diversidade de doenças que poderão ser a sua causa, particularmente quando não há qualquer outro sintoma associado. A abordagem local objetiva é a busca pelos diagnósticos mais prováveis, seja através do exame objetivo com endoscopia em consulta de Otorrinolaringologia, seja através de exames complementares, esclarecendo a natureza da doença e permitindo o seu tratamento atempado.