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Dra. Samanta Soares

Ginecologista Obstetra

 

 

Dra. Samanta Soares

Tratamento cirúrgico dos miomas uterinos

HPA Magazine 24 // 2025

Os miomas uterinos constituem uma patologia muito frequente que afetará 70 a 80% das mulheres ao longo da sua idade reprodutiva. 
Podem ser assintomáticos, situação em que necessitam apenas de vigilância, ou podem provocar queixas significativas e com grande impacto na qualidade de vida da paciente.
A decisão do melhor tratamento dos miomas uterinos aplicado a cada paciente deve resultar de um diálogo entre esta e o seu médico, devendo abordar vários fatores. É importante ter em conta o tipo de sintomas, a idade da paciente, o desejo de preservação da fertilidade, a eficácia, riscos e duração do tratamento, o tempo de duração, disponibilidade e custos do tratamento e a probabilidade de recorrência dos sintomas. 
De um modo geral, o tratamento cirúrgico aplica-se a mulheres sintomáticas em que a terapêutica medicamentosa falhou ou não pode ser utilizada. 
Podemos recorrer a histerectomia, miomectomia ou ablação endometrial. 

 


Tratamento cirúrgico dos miomas uterinos


 

A histerectomia consiste na extração do útero, impossibilitando futura gravidez, mas permite uma solução definitiva e remissão virtualmente completa dos sintomas. Pode ser efetuada pela abordagem clássica ou aberta, em que se faz uma incisão na parede abdominal semelhante à de uma cesariana, ou por laparoscopia, em que se opera através de 4 pequenos orifícios. A histerectomia laparoscópica permite uma recuperação mais rápida, tem menor risco de infeção e hemorragia da ferida operatória, tem menor risco de aderências pélvicas e de hérnia da cicatriz operatória, sendo, na generalidade, a primeira opção de abordagem cirúrgica. Tem, no entanto, limitações que podem impossibilitar a sua recomendação se estivermos perante um útero de grandes dimensões e/ou aderente aos órgãos que o rodeiam.

A miomectomia, tratamento em que se extrai apenas os miomas, preservando o útero, permite a manutenção da fertilidade, mas apenas melhora as hemorragias em 70 a 80% e estima-se que haja recorrência das queixas em 40 a 50% das pacientes. Pode ser executada igualmente por via aberta ou por via laparoscópica, com vantagens e limitações comparáveis às da histerectomia. No caso dos miomas localizados no interior da cavidade uterina, recomenda-se a cirurgia histeroscópica, na qual acedemos ao mioma através da vagina e colo do útero e operamos de dentro para fora. Esta técnica é a que tem uma recuperação mais fácil e menos riscos cirúrgicos, mas em miomas de grandes dimensões pode implicar mais do que um procedimento. 

 

A ablação endometrial consiste na destruição do endométrio; a camada interior do útero que sofre alterações durante o ciclo menstrual e cuja descamação provoca a menstruação. Aplica-se apenas a pacientes em que a hemorragia excessiva constitui o único sintoma dos miomas uterinos. É executada por via vaginal e tem também uma recuperação muito satisfatória, mas a eficácia é variável consoante a técnica utilizada, assim como a probabilidade de recorrência da sintomatologia. 

Em conclusão, o tratamento cirúrgico dos miomas uterinos deve ser cuidadosamente considerado, levando em conta as particularidades de cada paciente e a natureza dos miomas. As opções cirúrgicas disponíveis, como a histerectomia, miomectomia e ablação endometrial, oferecem soluções eficazes para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, sendo crucial que as pacientes estejam plenamente informadas sobre os riscos e benefícios de cada abordagem. À medida que novas técnicas emergem e o conhecimento sobre a gestão dos miomas evolui, espera-se que o tratamento se torne ainda mais personalizado e eficaz, garantindo assim um cuidado de qualidade para todas as mulheres afetadas por esta condição.