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Dr. João Rosendo

Oftalmologista

 

Cirurgia de Catarata, qualidade de vida e satisfação

HPA Magazine 9


No interior do olho humano, existe uma lente natural, o cristalino. Devido ao arranjo da sua estrutura molecular e em condições normais, o cristalino é transparente e refrata a luz (“dobra a luz”, ou seja altera a sua direção). Isto permite que a luz, depois de passar através da córnea e pupila, passe através do cristalino e que seja focada na retina, processo essencial na visão.
O ordenamento correto das moléculas no cristalino é essencial para a transparência do mesmo. Assim, quaisquer fatores que promovam uma alteração desse arranjo molecular irão conduzir a uma perda dessa transparência, levando à formação de catarata.
A catarata é por isso, uma patologia provocada pelo aparecimento de zonas com baixa transparência no cristalino. Por sua vez, estas áreas de baixa transparência, dependendo da sua extensão, grau de opacificação (perda da normal transparência) e posição relativa no cristalino, irão afetar parcial ou totalmente, a visão normal. 

 


Apesar de existirem vários fatores de risco e condições sistémicas associadas ao aparecimento de cataratas (ex: diabetes, tabagismo, sobre exposição a radiação ultravioleta, toma prolongada de corticóides, história familiar de catarata em idade precoce, história de traumatismo ocular, etc), o principal fator é o envelhecimento. Começa normalmente a ser mais notado a partir dos 60 anos de idade, altura em que já se verifica habitualmente alguma turvação dos cristalinos (embora essa menor transparência não implique necessariamente uma alteração relevante da visão).
Os sintomas associados à catarata são diversos e dependem também do tipo de catarata. Entre as queixas/sintomas mais comuns estão a redução da acuidade visual, visão turva, uma maior sensibilidade à luz, visão dupla, esbatimento das cores, necessidade de mais luz para a leitura, visualização de halos à volta de objetos luminosos e maior dificuldade para ver de noite. Com o agravamento da sintomatologia e aumento da dificuldade/incapacidade em realizar as atividades normais do dia-a-dia, mesmo utilizando a graduação mais adequada (ex: óculos, lentes de contato), deverá ser considerada a realização de uma cirurgia de catarata. A cirurgia é a única forma de remover uma catarata (não existe qualquer prova da eficácia de colírios ou outros tratamentos farmacológicos no tratamento de cataratas).
A decisão (consentimento informado) deve ser sempre tomada após esclarecer com o Oftalmologista as características da cirurgia a que será submetido, a preparação e recuperação expectáveis, os potencias benefícios e também as complicações possíveis da cirurgia. 
Na cirurgia de catarata, substitui-se o cristalino opacificado por uma lente artificial (Lente Intraocular). Esta lente artificial cumprirá as funções do cristalino natural (ser transparente e ajudar a focar a luz na retina). A abordagem cirúrgica mais frequente na atualidade é a Facoemulsificação do cristalino, seguida do implante da lente intraocular. Neste procedimento (realizado normalmente com o paciente acordado, com anestesia local/tópica), são realizadas pequenas incisões na córnea, através das quais o cirurgião introduz uma peça que por intermédio de ultrassons, emulsifica e desagrega o cristalino, permitindo a sua aspiração. Uma lente intraocular é depois introduzida no olho (no saco capsular, que albergava o cristalino), substituindo o cristalino.
A cirurgia é maioritariamente realizada em ambulatório, sendo que, alguns minutos após a sua realização, o paciente vai para casa.

LENTES INTRAOCULARES
A primeira lente intraocular foi desenvolvida e implantada num olho humano em 1949 por Harold Ridley. Tratou-se de um avanço enorme na cirurgia de catarata, porque pela primeira vez era dada a possibilidade aos pacientes de recuperar em parte a sua visão original. Desde essa primeira lente, ocorreram importantes inovações no fabrico, características, diversidade e tecnologia associadas às lentes intraoculares. 
Todavia, apesar da diversidade, todas apresentam a mesma construção básica: Ótica com capacidade refrativa (lente redonda) e os Hápticos (“braços” que mantém a lente na sua posição dentro do olho).

ATUALMENTE EXISTEM AO DISPOR DOS PACIENTES E DOS CIRURGIÕES VÁRIOS TIPOS E LENTES INTRAOCULARES:
Lentes Monofocais: Têm a mesma graduação (potência) em todas as regiões da lente. Possibilitam uma boa visão para longe. Porém, para a visão de perto, é necessário utilizar óculos de correção. 
Lentes Tóricas: Apresentam regiões com graduação (potência) diferente, permitindo corrigir o astigmatismo. Acrescentam mais qualidade na visão de longe. Contudo, é ainda necessária a utilização de óculos para a visão de perto.
Lentes Acomodativas: Estas lentes alteram a sua forma dentro do olho, com o objetivo de permitir a focagem a diferentes distâncias.
Lentes Multifocais: Possuem várias regiões concêntricas, com diferentes graduações. O objetivo é permitir ver a várias distâncias (perto, intermédia e longe). Atualmente, estas podem ser também tóricas, o que permite corrigir o astigmatismo.
Os avanços na cirurgia de catarata e na qualidade e variabilidade das lentes intraoculares contribuíram não só para tornar cada vez mais seguro, reprodutível e fiável este procedimento, proporcionando ao mesmo tempo, cada vez melhores resultados visuais, com níveis de satisfação consideráveis, quer dos pacientes, quer dos cirurgiões.