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Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia
Responsável pela Consulta de Diagnóstico Pré-Natal
HPA Magazine 17
Progressivamente, abandona-se o conceito de diagnóstico pré-natal como ferramenta cujo único objetivo é a deteção de malformações no feto. A introdução do rastreio de pré-eclâmpsia no 1º trimestre e do rastreio de parto pré-termo conferem ao diagnóstico pré-natal uma componente de saúde materna e perinatal de suma importância a acrescentar ao seu já tão válido papel na vigilância da gravidez.
O avanço tecnológico acarretou uma melhoria muito significativa da qualidade de imagem permitindo diagnósticos em idades gestacionais cada vez mais precoces. A deteção precoce permite uma melhor articulação entre as diferentes especialidades envolvidas no cuidado da grávida e do feto. O diagnóstico in utero permite um planeamento de atuação prévio conferindo um melhor desfecho ao recém-nascido.
Também as novas técnicas utilizadas nesta área, nomeadamente as referentes à genética, têm vindo a melhorar os cuidados na gravidez permitindo diminuir situações com potencial ansiedade e eventuais complicações para a gravidez. Falamos neste caso do teste pré-natal não invasivo que tem vindo a substituir em escala crescente o rastreio de trissomias combinado por ser mais eficaz na deteção destas alterações e evitando a necessidade da realização de testes invasivos como a amniocentese numa grande percentagem de gravidezes.
Sendo uma área extremamente abrangente e desafiante o papel do diagnóstico pré-natal na gravidez é claro e indiscutível. Uma avaliação correta neste contexto permite melhorar os cuidados à mãe e ao recém-nascido mesmo antes do momento do nascimento.