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Notícias

RASTREIO DO CANCRO COLO-RECTAL

O Hospital Particular do Algarve realizou no passado Sábado, dia 21 de Setembro, os primeiros rastreios do Cancro Colo-Rectal, nas unidades de Gambelas (Faro) e AlgarveShopping (Guia).

Na atualidade não existe nenhum programa de rastreio do Cancro Colo-Rectal a decorrer no Algarve pelo que esta iniciativa deverá ser encarada como uma oportunidade e um contributo para a melhoria das condições de saúde das populações. 
 
Nesse sentido, o Hospital Particular do Algarve continuará nos próximos meses a realizar este rastreio nas suas unidades, com datas e locais a anunciar oportunamente.
 
O benefício do rastreio do Cancro Colo-Rectal fundamenta-se no facto desta doença apresentar elevadas taxas de incidência e prevalência, e através da realização do mesmo, associar-se uma diminuição significativa da morbilidade/mortalidade e incidência nesta patologia.
 
O Cancro Colo-Rectal é o cancro mais frequente do tubo digestivo e é a terceira forma de cancro mais prevalente a nível mundial, sendo responsável por mais de 500.000 óbitos/ano. A sua incidência está a aumentar na Europa, designadamente em Portugal, sendo a primeira causa de morte por cancro no nosso país.
 
Tendo em conta estes elementos e sabendo que o Cancro Colo-Rectal apresenta uma sobrevida global aos 5 anos que não ultrapassa os 50%, para além dos custos inerentes à terapêutica, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia, é óbvio o benefício da prevenção secundária desta patologia que se baseia na realização de exames de rastreio que permitem detetar lesões precoces ou precursoras, facilmente tratáveis.
 
 

Sobre o Rastreio do Cancro Colo-Rectal


 
Rastreio


 
Os exames mais frequentemente preconizados como método de rastreio do CCR incluem a Pesquisa do Sangue Oculto nas Fezes (PSOF), a Fibrossigmoidoscospia Flexível e a Colonoscopia Total.
 
O rastreio deve ser direcionado à população com risco padrão, isto é, indivíduos com idade superior a 50 anos, sem história familiar ou pessoal de CCR; e à população de risco aumentado com idade igual ou superior a 40 anos, que tenham 1 ou mais parentes de 1º grau com história de adenomas do cólon ou CCR, ou que tenham pelo menos 2 parentes de 2º grau afetados por adenomas do cólon ou CCR, até à idade limite de 75 anos.
 


 
Método de Rastreio


 
A PSOF baseia-se no facto de os adenomas e CCR causarem perdas hemáticas microscópicas, detetáveis por este método, antes de se tornarem clinicamente evidentes. Os principais fatores limitantes deste método residem na sua elevada sensibilidade e reduzida especificidade, implicando a realização de endoscopia digestiva no caso de serem positivos.
 
A Colonoscopia Total representa teoricamente o método de eleição para rastreio do CCR, já que permite a visualização de todo o cólon e, se necessário, a remoção das lesões percursoras – pólipos – ou a realização de biópsias. Todavia apresenta como limitações o facto de se tratar um exame invasivo associado a uma taxa de complicações superior aos outros métodos de rastreio e implica uma preparação prévia de limpeza intestinal, que pode ser desconfortável para o indivíduo rastreado, podendo implicar por este motivo uma menor adesão da população a este método de rastreio.
 
A Fibrossigmoidoscopia Flexível é um método endoscópico de observação directa, que permite avaliar com eficácia a zona onde se situam a maioria das lesões percursoras e está associada a uma redução de 60 a 80% da mortalidade por CCR na área observada. Tem como vantagem ser um exame de rápida execução, com mínimo desconforto para o examinado e que requer uma preparação de limpeza intestinal mais simples comparativamente com a preparação para a Colonoscopia Total. Apresenta como principais limitações o facto de não observar a totalidade do cólon, e implicar a realização da Colonoscopia Total no caso de serem identificados pólipos.
 

 

Protocolo de Rastreio

 
O método de rastreio a implementar será a realização de Fibrossigmoidoscopia Flexível dirigida à população de risco padrão com idade igual ou superior a 50 anos de idade, e à população de risco aumentado com idade igual ou superior a 40 anos. A preparação para o exame consiste na aplicação de 1 enema (Enema Fleet®) cerca de 1 a 2 horas antes da endoscopia. O exame será validado quando se obtém uma observação de 40 cm ou mais a partir da margem anal. Todos os indivíduos rastreados que apresentem um exame sem pólipos, serão indicados para repetição do rastreio 5 anos após o primeiro exame. Todos os indivíduos que apresentem pólipos, serão referenciados para Colonoscopia Total para remoção dos mesmos e para identificação/remoção de outros pólipos que possam ser identificados. Os pólipos removidos serão objecto de análise anatomo-patológica e, dependendo das características histológicas dos pólipos removidos serão referenciados para exame de controlo de acordo com o seguinte protocolo:
 

a) Pólipos hiperplásicos »» Rastreio 5 anos depois;
b) Adenomas com displasia de baixo grau »» Colonoscopia Total 3 anos depois;
c) Adenomas com displasia de alto grau / 5 ou mais pólipos »» Colonoscopia Total 1 ano depois;
d) Adenomas com focos de adenocarcinoma / Adenocarcinoma »» Estadimento para decisão terapêutica.

 
Os exames de estadiamento incluem análises clínicas (hemograma, coagulação, VS, função renal, ionograma, glicémia, albumina, transaminases, bilirrubina, LDH, CEA e CA 19.9), TC abdomino-pélvico, Raio-X tórax e ECG (12 derivações).
 
A idade limite para acesso ao rastreio é de 75 anos, após esta idade, preconiza-se a realização de uma Colonoscopia Total.

22 de Setembro de 2013