A capacidade de reconhecer e gerir as próprias emoções é um dos pilares fundamentais para o bem-estar individual e coletivo. No entanto, esta competência raramente é ensinada de forma estruturada ao longo da vida. Tanto em crianças como em jovens e adultos, a literacia emocional revela-se um recurso decisivo para enfrentar os desafios do quotidiano, prevenir situações de sofrimento psicológico e promover relações mais saudáveis.
Aprender a identificar emoções como a ansiedade, tristeza, raiva ou frustração permite que estas sejam compreendidas, aceites e reguladas, em vez de reprimidas ou expressas de forma desadequada. A educação emocional contribui, assim, para uma maior resiliência, uma tomada de decisão mais equilibrada e uma vida social e profissional mais harmoniosa.
A importância da comunicação
Além do autoconhecimento, a capacidade de falar sobre o que se sente e de ouvir os outros com empatia é um fator determinante para a saúde mental. Partilhar emoções com amigos, familiares ou colegas de trabalho reduz o isolamento, reforça os laços sociais e cria redes de apoio fundamentais em momentos de vulnerabilidade.
Do mesmo modo, o ato de escutar, muitas vezes desvalorizado, tem um impacto profundo. Estar disponível para ouvir, sem julgamento, pode representar a diferença entre alguém sentir-se sozinho ou sentir-se compreendido e apoiado.
Normalizar o apoio psicológico
Um dos maiores avanços necessários na área da saúde mental passa por normalizar a procura de apoio psicológico. Procurar ajuda de um psicólogo ou outro profissional de saúde mental não deve ser visto como sinal de fraqueza, mas sim como uma decisão responsável e corajosa. Assim como recorrermos a um médico perante sintomas físicos, é igualmente legítimo e essencial, procurar acompanhamento especializado quando enfrentamos sofrimento emocional é igualmente primordial.
Ao quebrar estigmas associados à saúde mental, abre-se espaço para que mais pessoas procurem apoio atempadamente, evitando o agravamento de situações que poderiam ser prevenidas ou resolvidas com acompanhamento adequado.
O papel da sociedade
A promoção da saúde mental deve ser entendida como uma responsabilidade partilhada. Escolas, famílias, organizações e instituições de saúde desempenham papéis complementares na criação de ambientes que favoreçam a expressão emocional, o diálogo aberto e o acesso a cuidados especializados.
Ao investir na educação emocional desde cedo, ao fomentar a comunicação empática entre pessoas e ao normalizar o recurso à psicologia, damos passos concretos para uma sociedade mais saudável, solidária e resiliente.
10 de Setembro de 2025