No Dia Mundial do Linfoma a Dra. Ana Montalvão responde às dúvidas mais frequentes relacionadas com esta doença.
O que é um linfoma?
Um linfoma corresponde à transformação maligna de linfócitos (um tipo de glóbulos brancos), sendo a denominação para um grupo de várias doenças com comportamento e prognóstico diversos. Existem nais de 30 subtipos de linfoma, de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Destaca-se o Linfoma de Hodgkin dos restantes tipos de linfoma (chamados não-Hodgkin).
Quais são os sintomas ou sinais de alerta associados aos linfomas?
As adenopatias (gânglios linfáticos aumentados) são o sinal mais frequente; o seu ritmo de crescimento direciona o diagnóstico para um linfoma indolente ou agressivo. Sintomas frequentes são febre, sudação noturna profusa, perda de peso (>10% em 6 meses); dado os linfomas poderem localizar-se em qualquer órgão com tecido linfóide, outros podem surgir, relacionados com os órgãos afetados.
Que exames devem ser realizados para o diagnóstico de um linfoma?
Quando surge como uma ou mais adenopatias, uma biópsia (se possível, da totalidade do gânglio) é fundamental para o diagnóstico do linfoma; vários testes são feitos sobre essa amostra para confirmação e caracterização da doença. Quando aquelas não existem ou são inacessíveis, podem ser necessárias outras técnicas invasivas, como endoscopia, broncoscopia, laparotomia ou punção medular.
Que tratamentos existem para o linfoma?
Antes de iniciar tratamento, é essencial o estadiamento completo, com exames de imagem (como TAC, PET ou RMN) e análises específicas, incluindo em muitos casos biópsia óssea e menos frequentemente punção lombar. De posse do Estadio (I a IV) e dados de segurança, é possível eleger o tratamento mais eficaz, de entre a quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia (ou combinações de ambas).
Qual a taxa de sobrevivência dos linfomas?
É extremamente variável, desde taxas de 95% de sobrevida livre de progressão a 5 anos para Linfoma de Hodgkin (Estadio I-II), até taxas de 26% de sobrevida global a 5 anos para Linfoma Não-Hodgkin (Estadio IV). Nos linfomas agressivos, o objetivo do tratamento é a cura, ao contrário dos linfomas indolentes, considerados incuráveis (sendo que alguns não necessitam nunca de tratamento).
Quais as diferenças entre o linfoma e a leucemia linfática crónica?
É importante considerar, antes do diagnóstico definitivo de linfoma, outras causas para adenopatias, como metástases de outras neoplasias, infeções, doenças auto-imunes e reumatológicas, ou a Leucemia Linfocítica Crónica; esta é mais frequentemente assintomática, tendo invariavelmente ponto de partida medular, com consequências sobre as várias células sanguíneas e sobre a imunidade.
15 de Setembro de 2024