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VIDA SAUDÁVEL 

Medos e ansiedades da criança

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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A hora das refeições

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A ansiedade e o medo podem surgir em qualquer altura da vida da criança.

Compreenda que o seu filho está a passar por uma dificuldade. Ele não está a ser malandro ou resistente de forma deliberada. Está a passar por uma dificuldade e precisa da sua ajuda.

Ao conversarem sobre o que preocupa a criança está a demonstrar-lhe que se preocupa com ela e isso ajudá-la-á a sentir-se apoiada

Não espere que as coisas mudem de um dia para o outro. Mantenha-se sereno e encoraje-o a não desistir.

Ajude a criança a fazer uma lista de preocupações e medos para que possa exteriorizar o que sente e depois arranjarem soluções para cada um.

Não o critique, goze ou humilhe com aquilo que lhe causa ansiedade. Um medo é um medo, quer o compreenda ou não, e pode ser fonte de muita agitação emocional.

Façam um desenho sobre as preocupações e um desenho do seu filho a vencer o medo. Coloque o desenho da criança a vencer o medo num local visível em casa.

Lembre-se de valorizar a criança por usar novas estratégias e por tentar ultrapassar as suas dificuldades. Recompense e elogie os esforços

Diga-lhe: Quando reparares que estás com “pensamentos negativos”, como “Vou falhar”, diz: “STOP!”. Imagina um sinal de STOP na tua cabeça ou imagina-te a dizer bem alto STOP. De imediato substitui o pensamento negativo por um mais positivo ou agradável, por exemplo “Vou esforçar-me” ou “Vou ser capaz”.

Pratiquem “viagens em pensamento” até locais, reais ou imaginários, calmos e tranquilizantes.

Pratiquem exercícios de relaxamento

O meu filho não quer ir à escola

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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E as birras?

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Perceba o que desmotiva o seu filho e mostre-lhe os pontos positivos da escola, cultive desde cedo o interesse pela aprendizagem e pela escola.

Tente perceber a origem da recusa em ir à escola. De forma amigável e calma, não desvalorize o que ele diz, oiça-o com atenção e tente compreender o seu mal-estar.

Procure conhecer o ambiente vivido em sala de aula, entre colegas, bem como os métodos de ensino mais usados.

Pode ser importante partilhar a situação com o professor, mas com cuidado para o seu filho não se sentir numa situação constrangedora.

Ajude o seu filho a estudar e a desenvolver os seus métodos de estudo, aumentando assim a sua capacidade em compreender e interessar-se pelas matérias e aumentar o seu sucesso, sempre com cuidado para que esses momentos não se transformem em discussões e se tornem num castigo e salientando a importância da autonomia.

Ajude a criança a organizar um horário de estudo para que possa conseguir um equilíbrio entre momentos de tarefas escolares e momentos livres.

Disponibilize a sua casa para a realização de trabalhos de grupo, ou para momentos de estudo ou até de lazer.

Descubra com o seu filho o que gosta de fazer e proporcione-lhe momentos ocupados com atividades que gosta.

Promova visitas, idas a locais que promovam aprendizagens divertidas para que possa aumentar o interesse pela aprendizagem.

Quais são os seus interesses e a vocação do seu filho? O que é preciso para lá chegar? Juntos façam pesquisas, esclareçam dúvidas.


O brincar terapêutico

Texto da Enf.ª Adriana Ramos

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O brincar terapêutico

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Em Pediatria o atendimento à criança carece de uma atenção especial e de um reforço dos cuidados humanizados.

Ao cuidar de crianças hospitalizadas, encontramos um ser humano e a respetiva família imersos em emoções, desgaste físico e vulnerabilidade social, o que exige do profissional de enfermagem não só compreensão da doença, mas também sensibilidade para reconhecer as peculiaridades de cada indivíduo.

A doença, a hospitalização e a dor são fatores potenciadores de stress na criança. A exposição da criança a episódios traumáticos repetidos, ativa as suas respostas biológicas de stress, que produzem consequências comportamentais e emocionais que se traduzem em trauma. Na criança que se encontra em desenvolvimento, a ativação repetida destes sistemas vai condicionar o desenvolvimento da estrutura e do funcionamento do seu cérebro, tendo consequências na forma como a criança se relaciona consigo, com os outros e com o ambiente.

É da responsabilidade dos enfermeiros a realização de intervenções que visem a diminuição destes impactos, como por exemplo a utilização do brincar terapêutico.

O brincar terapêutico pode ser definido como um conjunto de intervenções para promover o bem-estar das crianças durante a hospitalização, sendo um conjunto de atividades lúdicas estruturadas em função do estado de saúde, idade e desenvolvimento da criança. Assim, não se trata apenas de uma atividade recreativa, mas sim de uma atividade planeada com um objetivo.

O brincar proporcionado pelos profissionais de saúde pode melhorar a relação enfermeiro-criança, aumentando a confiança durante a prestação de cuidados. Assim, é importante conhecer a sua eficácia para transformar as unidades hospitalares pediátricas num ambiente agradável, atraente e lúdico, afim de alcançar melhor resultados e humanizar o atendimento.

Também os pais, enquanto figura de proteção para a criança, apresentam um papel fundamental no brincar terapêutico, sendo a sua aprovação e participação, a forma mais facilitadora na aceitação pela criança do brincar terapêutico durante a prestação de cuidados. 

Limites e regras!!!

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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Regras e limites!!

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Todos os dias ao longo do tempo promova a conversa e a relação com o seu filho, coloque-se no lugar dele, para que sinta segurança e apoio dos pais.

>> Negociar – Se não houver negociação será muito difícil que cumpra com o que foi estipulado por si. Estabeleçam os horários para saídas, adequados à idade, à situação e em função dos resultados alcançados na semana.

>> De forma natural promova o diálogo, sem que ele sinta a pressão de ter que responder a um inquérito, criando o hábito de deixarem uns aos outros bilhetinhos ou mensagens, promovendo conversas periódicas

>> Responsabilizar – Frases como “é assim porque eu quero” ou então “tens de aceitar o que te digo” não ajudam a construção de relações saudáveis entre pais e filhos. Opte por dizer “é a melhor decisão tendo em conta as outras hipóteses” … ou então, “mas diz-me quais são os teus argumentos?” ou ainda, “vamos analisar em conjunto todas as hipóteses”. Procure responsabilizá-lo, transmitindo confiança nele e numa primeira fase dê-lhe responsabilidades que saiba que irá conseguir cumprir, promovendo assim o sucesso.

>> Os gritos e as acusações não acrescentam nada à comunicação.

>> Transmita ao seu filho a importância de ele se sentir bem por ser quem é, de pensar por si próprio e tomar as suas próprias decisões;

>> Mostre interesse pelo o que o seu filho diz e sobre o que acontece com ele. Conheça o grupo de amigos do seu filho. Nesta fase da adolescência os amigos são figuras muito importantes e significativas na construção da identidade.


Higiene oral

Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz

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Higiene oral

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Porquê?
A lavagem dos dentes é determinante na prevenção de cáries e faz parte de uma rotina de higiene oral adequada que deve ser implementada logo que seja necessária.

Quando?
A partir do romper do primeiro dentinho. Nessa altura, é importante a lavagem dentária duas vezes por dia (uma delas obrigatoriamente ao deitar). A lavagem das gengivas pré-erupção dentária não é mandatória, mas pode atenuar algum do desconforto gengival que antecede a erupção do dente.

Como?
A forma de lavar dependente da idade e autonomia da criança. Assim, de acordo com as Normas da Direção Geral de Saúde:

  • Até aos 3 anos: A escovagem deve ser realizada pelos pais, utilizando uma dedeira ou escova macia de tamanho adequado.
  • Dos 3-6 anos: Incentivo para a aquisição progressiva de autonomia por parte da criança, devidamente supervisionada e utilizando uma escova macia de tamanho adequado. Nestas idades pode ser utilizada uma escova elétrica.
  • A partir dos 6 anos: Escovagem pela criança, supervisionada de forma regular.

O dentífrico a utilizar deverá conter flúor (1000 ppm nas nos primeiros 6 anos e 1500 ppm nos anos subsequentes). A quantidade é, em regra, similar ao tamanho da unha do dedo mindinho da criança.

Primeira ida ao Dentista?
Na ausência de patologia, a primeira ida ao Dentista deverá ocorrer a partir dos 3-4 anos (idade em que existe, na maioria dos casos, colaboração por parte da criança).

E as birras?

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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E as birras?

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As birras são inevitáveis!!
O segredo está na gestão das birras! E sobretudo mudar o “foco de interesse/da birra” da criança naquele momento para “outro” que possa ser mais aliciante!

Os pais devem ser consistentes e coerentes na aplicação das regras e limites e cumprir até ao fim o que estipularam. Não deve haver opiniões contrárias do pai/mãe (pelo menos em frente à criança!)

Lembre-se que o castigo/consequência deve ser proporcional à gravidade da birra e não à frustração do adulto. O seu filho deve compreender claramente as consequências dos seus comportamentos inadequados, para não voltar a repeti-los (sabe que terão uma consequência).

Os pais devem comunicar de forma clara a confiança que têm na cooperação do seu filho dizendo “quando… (ex.: fizeres isto), então depois (ex.: podes ir brincar)” em vez de “se não fizeres… não podes”.

Avise o aproximar da hora e o momento do fim das atividades/brincadeiras para evitar/antecipar a birra.

Qualquer esforço do seu filho para cooperar deve ser notado e valorizado pelos pais

Da mesma forma as ordens devem ser formuladas pela positiva, evitando o uso do “pára” e do “não faças”. Ao dar uma ordem, seja simultaneamente delicado, respeitador, mas firme. Dê tempo ao seu filho para responder às ordens dadas.

Evite demasiadas perguntas e argumentações.  As batalhas verbais devem ser evitadas e o seu filho deve ser avisado, não mais de duas vezes, antes de lhe mostrar o que pretende.

Ignorar a provocação. Os pais devem manter-se calmos e ignorar qualquer irritação ou protesto face ao que disseram.


A hora das refeições

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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A hora das refeições

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A alimentação não é apenas uma questão de nutrição, deverá também ser um momento de prazer!

Mas nem sempre assim acontece. E para todos nós pais, a hora da refeição pode tornar-se um verdadeiro tormento, para nós e para os nossos filhos.

A regra principal, é saber que não existem regras. No entanto, deverá ser: acreditar que todos vamos conseguir alimentar os nossos filhos, tal como fazem os outros pais e as outras famílias!

A segunda regra deve ser insistir, insistir e insistir sem obrigar…e nunca desistir! Está provado que são necessárias 8 a 11 tentativas para nos habituarmos a um novo alimento! O sabor doce é inato, no entanto é preciso aprender a gostar dos outros (salgado, ácido, amargo), sendo que isso leva o seu tempo. Hoje poderemos conquistar uma, duas colheres, amanhã serão mais algumas com certeza.

Quando a criança não tem qualquer perturbação neuro motora, não há razão para que não coma conforme o plano alimentar orientado pelo pediatra.

A partir de um ano de idade, a criança está preparada para experimentar “comida da panela”, ou seja, deve ter uma dieta igual à da sua família, desde que pouco condimentada, com pouco sal e gordura e evicção de açúcares.

Conheça alguns “truques” para tornar as refeições momentos de harmonia e saúde familiar. Leia na íntegra o artigo E A HORA DAS REFEIÇÕES É…MOMENTO DE PRAZER OU DE BATALHA? Da autoria do Dr. Luís Gonçalves.

Ler artigo completo: Artigos HPA 

As crianças e o sol

Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda

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As crianças e o Sol

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As crianças devem viver boa parte do tempo ao ar livre. A exposição solar é benéfica para a produção de vitamina D, essencial ao crescimento saudável dos ossos.

Porém, a pele das crianças é mais sensível e fina, devendo ser protegida desde cedo, existindo alguns autores a sugerir que as crianças até aos 3 anos não devem ter exposição solar direta.

Os danos causados pela exposição excessiva vão-se acumulando, podendo danificar os olhos e a pele, causando queimaduras solares e aumentando o risco de cancro da pele na idade adulta.

Contudo, o grau de sensibilidade da pele das crianças é variável. As crianças mais suscetíveis têm pele mais clara, com sinais ou sardas, olhos azuis/verdes, são ruivas ou loiras e têm antecedentes familiares de melanoma.

Que cuidados devemos ter?

  1. Evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas, pois nesse intervalo a radiação UV é mais intensa.
  2. Usar protetor solar nas regiões da pele expostas na praia, piscina e em todas as atividades ao ar livre, mesmo em dias encobertos. Deve escolher um produto com proteção contra UVA e UVB, com fator superior a 30 (os fatores mais elevados são mais eficazes na proteção da queimadura solar), resistente à água e hipoalergénico. Até aos 2 anos recomenda-se protetores solares minerais (à base de dióxido de titânio ou óxido de zinco). As crianças que têm sinais ou manchas deverão usar fator de proteção mais elevado.
  3. Aplicar o protetor cerca de 30 minutos antes da exposição solar e reaplicar regularmente consoante as necessidades (banhos, transpiração), mas pelo menos a cada duas horas. Deverá existir especial atenção para cobrir a totalidade de regiões mais propensas a queimadura solar: face, nariz, orelhas, nuca, ombros, mãos, pés, zonas de flexão.
  4. Abaixo dos 6 meses a criança deve estar sempre à sombra. Pode ser colocado protetor solar nas zonas expostas, pois parte da radiação solar é refletida pela areia, água e piso.
  5. Os equipamentos mais adequados incluem usar roupa protetora (protegendo braços, tronco e pernas), chapéu de aba larga para proteção da face, nariz, orelhas e nuca, óculos de sol com adequada proteção contra os raios UV.
  6. Reforçar a ingestão de água para evitar desidratação.
  7. Os pais e cuidadores devem dar o exemplo, protegendo-se igualmente de forma adequada.

A educação das crianças para os riscos da exposição solar faz parte das medidas de prevenção infantil, para que possam usufruir das atividades ao ar livre com saúde e segurança.

Ler artigo completo: Artigos HPA 

 


Ajudar a criança a deixar a chupeta

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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Ajudar a criança a deixar a chupeta

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Abandonar a chupeta pode ser um momento de grande ansiedade e tensão para muitas crianças. Eis alguns conselhos para pais e educadores: 

  • Não force nem use métodos drásticos, como a colocação de substâncias com sabor desagradável na chupeta. 
  • Se a chupeta é utilizada para adormecer, enquanto está a tentar deixá-la, dê-lhe alguns mimos na hora de dormir; leia com ele, converse ou conte-lhe uma história.
  • Evite a crítica e os comentários negativos, do tipo “Ah que feio de chucha” ou “Pareces um bebé”.
  • Aos poucos comece a restringir o uso da chupeta. Proponha guardá-la num lugar combinado pelos dois e só a usar quando for muito necessário (quando vai dormir, quando estiver mais triste, doente ou assustado).
  • Pode trocar a chupeta por um outro brinquedo que o seu filho deseje, mas nunca faça desta atitude um hábito, para que não use o poder da chupeta para conseguir realizar todas as suas vontades.
  • Marque uma data com o seu filho para deixar a chupeta, motivando-o para o fazer, mas sem pressionar, elogiando-o por ser mais crescido e transmitindo-lhe força, apoio e confiança para o fazer na data acordada.
  • A pouco e pouco vá dando exemplos de pessoas que o seu filho admire que conseguiram deixar a chupeta (como o irmão mais velho, por exemplo, ou um primo), transmitindo também a ideia de que foi difícil para eles, para que não se sinta inferiorizado.
  • Nunca se esqueça de elogiar o seu filho em cada progresso e recompense-o com mimos e atividades juntos.

Por fim, depois de muito bem conversado em casa com o seu filho, pode aproveitar a vinda ao HPA Gambelas e deixar a chupeta na nossa “Romãzeira Mágica”, à semelhança de outras crianças que também passaram pelo mesmo “desmame”.
Árvore da chupeta

Ler artigo completo: Artigos HPA 

A hora do sono

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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A hora do sono

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A hora de ir para a cama, quando o sono ainda não chegou…

Antecipe o que vai acontecer. “Daqui a 10 minutos, é hora de ir dormir.” O seu filho sentir-se-á menos tenso se souber o que vai acontecer, deitar-se-á com menos resistência e adormecerá mais depressa.

Horários
Estabeleça e cumpra um horário para o início das rotinas da hora de deitar.

Rotinas
Lavar os dentes, mudar a fralda, vestir o pijama, são sinais que informam sobre o aproximar do deitar. Seja consistente no cumprimento das rotinas diárias.

Baixe a intensidade das luzes do quarto e verifique a temperatura ambiente, que não deve ser excessivamente quente nem fria.

Partilhem uma atividade calma no quarto. Escolha algo simples, divertido e que entretenha o seu filho sem provocar excitação.

O simples hábito de ler uma história antes de deitar pode ajudar a criança a sentir-se tranquila, neste momento que muitas vezes está associado a inseguranças ou receios do escuro.

Conversem sobre o dia que está a terminar e antecipem os bons momentos do dia seguinte.

Incentive o seu filho a dar um beijo/abraço de boa noite aos restantes elementos da família. Algumas crianças gostam também de desejar boa noite à lua e às estrelas, ao boneco preferido ou ao animal de estimação.

Bons sonhos!

 


Deixar as fraldas

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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Deixar as fraldas

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Deixar as fraldas é apenas mais uma etapa na vida do seu filho…

Este é um processo contínuo e por vezes lento, por isso vá inserindo o hábito do bacio, perguntando-lhe como está a barriguinha, se já sente o aperto por estar cheia.

Deixar de usar fraldas exige treino e, enquanto algumas crianças precisam de alguns dias para ter sucesso, outras precisam de meses.

Numa fase inicial poderá definir horários (por exemplo, depois das refeições) para sentar a criança no bacio, sem fralda, enquanto cantam ou leem uma história. Crie o hábito de o fazer na casa de banho.

Poderá usar livros com imagens sobre o tema para motivar a criança. E exemplificar que todos os elementos da família (pais, irmãos...) têm o mesmo hábito!

Use um bacio colorido, afixe imagens relacionadas com o tema para que ele imite (por exemplo: criança baixar as calças, criança sentada no bacio, criança a lavar as mãos, etc.).

Compre cuecas com os personagens preferidos da criança. Entusiasme-o com o uso da cueca e não da fralda, como se fosse um jogo!

Sempre que ocorre um progresso (mesmo que seja uma tentativa aproximada do sucesso) diga-lhe como está a ir bem e como se sente orgulhoso dela. Mas não exagere nos elogios, pois poderá deixar a criança ansiosa e com receio de falhar.

Reaja com a máxima e possível serenidade aos “acidentes” na fase de treino. Esses acidentes vão sempre ocorrer!! Minimize a sujidade e o stress.

Boa sorte!

É hora de brincar

Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves

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É hora de brincar

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Quando vai brincar, não pense em mais nada nem faça mais nada sem ser brincar com o seu filho. Aproveite para soltar a criança que há em si!

Brincar ensina a criança a esperar pela sua vez e a desenvolver outras competências de interação social e comportamentos que lhe podem ensinar regras de convivência social.

Permita que seja o seu filho a comandar o jogo e siga as suas deixas/opiniões. Nesta brincadeira não controle, não dê instruções nem dirija o seu filho.

Nomeie o que o seu filho vai fazendo ao longo da brincadeira; nomeie o que vai fazendo quando é a sua vez.

Quando ele parece estar a ter dificuldade, refira isso mesmo e dê-lhe uma palavra de incentivo e coragem. Apoiar e encorajar a exploração dos problemas pela criança tende a aumentar as suas competências de resolução de problemas.

Elogie quando ele consegue ter sucesso, mesmo que seja um pequeno sucesso.

Expresse a sua/vossa emoção na brincadeira!! E boas brincadeiras…

 


Dentadas, beliscão e empurrão
– O que fazer? 

Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo

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Deixar as fraldas

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Estes comportamentos ocorrem essencialmente nos primeiros 3 anos de vida, mais frequentemente com 1-2 anos de idade e são uma forma de explorar os sentidos, expressar sentimentos e manifestar a necessidade de se conectar com as outras crianças.  

 A primeira ideia a reter é que os miúdos não o fazem com o objetivo de magoar o outro, fazem apenas por instinto. 

 Com 2 anos de idade as crianças têm uma linguagem recetiva (compreendem) para centenas de palavras e têm uma linguagem expressiva reduzida. Logo não conseguem expressar as emoções e recorrerem a linguagem corporal para revelar o que sentem, por vezes com grande frustração ou zanga. 

Outras vezes, apenas para chamar a atenção do amigo de quem gostam muito de brincar.  Até adquirirem mais linguagem verbal, as crianças usam a linguagem corporal, dentada, beliscão, puxão ou arranhão – são vias de comunicação. 

Está é uma forma de manifestar emoções. Quer brincar com o mesmo brinquedo e decide mostrar que está frustrado, com uma dentada. 

Dicas para os pais e educadores: 

  1. Se o educador se apercebe que vai acontecer a dentada, deve afastar as crianças - usa a força protetora - e tenta amenizar a causa motivadora do comportamento.
  2. O adulto reconhece o comportamento: “percebo que estás zangado porque queres brincar com esse carrinho.” E a criança que sofreu a dentada, deve sentir-se vista pelo que sente e acolhida no seu sofrimento. 
  3. Após a dentada evite comentários negativos, que levem a sentimentos de culpa. Por exemplo, “És muito mau!”. Revelar empatia e compreensão pelo menino que mordeu e expressar que não foi com más intenções, evitar comentários...é sempre o adulto o gestor do conflito.

Explicar aos pais que castigos nestes casos, como sempre, não servem para nada. A criança vai deixar de morder num processo de aprendizagem ao longo do tempo. Para as crianças conseguirem controlar as emoções ou instintos terão de amadurecer áreas especificas do cérebro, o que só acontece com o crescimento. 

Para as crianças até pode ser útil confrontar-se com os limites do outro, como um modo de aprendizagem. 

A homeopatia na pediatria
“Primum no nocere” – Hipócrates 

Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo

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O princípio de “primam no nocere” atribuído a Hipócrates, pai da medicina, indica que sempre que o médico prescreve um fármaco, este deve causar o mínimo de efeitos secundários ao paciente.

Em pediatria esta máxima adquire ainda maior valor, pois os pais preferem tratamentos eficazes, seguros e bem tolerados. Factos que se verificam com a homeopatia.

A Homeopatia foi desenvolvida pelo médico Samuel Hanhemann (1755-1843), sendo uma medicação complementar à medicação alopática.

Este tipo de medicação desencadeia uma reação de adaptação do próprio organismo, potencia o sistema imunológico e promove a sua regulação, reparação e cura.  

Esta medicação tem em linha de conta o ser individual, a sua forma pessoal de reagir à doença, os seus sintomas, atende a sua condição física e psicológica, como um todo.  Não têm contraindicações e raramente existem efeitos adversos, pelo que podem ser usados com a máxima segurança em crianças, grávidas ou pacientes polimedicados.  A homeopatia deve ser prescrita por médicos que saibam diagnosticar a doença em causa e se necessário utilizem tratamento farmacológico em complemento com a homeopatia.

Porque recorrer à Homeopatia em Pediatria?

Sempre que necessito de iniciar uma medicação às crianças e jovens que observo, pondero qual a medicação mais adequada e com menos efeitos secundários face à doença. Em pediatria a maior parte da patologia infeciosa é de etiologia viral e as crianças precisam de medicação de alívio ou que potencie o seu sistema imune para que reajam face a doença. A homeopatia pode igualmente ser eficaz na redução de episódios recorrentes de algumas patologias como amigdalite viral, bronquiolite ou otites de repetição, evitando assim a prescrição excessiva e repetida de antibióticos, corticoides ou antialérgico. Os medicamentos homeopáticos são diluídos com vista a adaptar-se a doença e sintomas expressos. Diluições mais baixas para sintomas mais agudos e diluições mais elevadas se queremos tratar doenças recorrentes. A homeopatia é igualmente eficaz na prevenção de patologia infeciosa recorrente da infância.

O processo de fabrico da medicação homeopática respeita as mesmas regras que a medicação convencional, a matéria prima é de origem vegetal, animal, mineral e química, são as chamadas cepas. Estas são submetidas a diluições que dão origem aos seus princípios ativos homeopáticos. 

A homeopatia isoladamente ou aliada à alopatia apresenta-se como ferramenta  inovadora no tratamento preventivo das doenças infeciosas de repetição em pediatria.  


Parentalidade consciente

Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo

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A Parentalidade Consciente posiciona a relação entre pais e filhos em primeiro lugar. Não é prioritário corrigir um comportamento da criança, em busca da obediência, mas é muito importante tentar entender esse comportamento.

Uma criança faz uma “birra” ou “desafia” os pais, em busca de satisfazer uma necessidade. Poderá ser muitas vezes uma necessidade de conexão e pertença, ou apenas de experimentar uma brincadeira nova. Se entendermos a sua necessidade e procurarmos responder da melhor forma, vamos obter colaboração, respeito e afeto puro. Isto não significa que a criança terá todos os seus desejos satisfeitos, não será possível obviamente, os pais darão a conhecer os seus limites pessoais e ao assumir a sua responsabilidade pessoal, as crianças e jovens crescem num ambiente de respeito e aprendem a ser valorizadas pela pessoa que são.

Através da Parentalidade Consciente é feito um convite à curiosidade, à observação dos filhos sem julgamento, a despir o fato do controlo permanente, a exercer o amor incondicional, sem elogios, sem castigos, como forma de compreender a criança.

Os princípios da Parentalidade Consciente são transversais a todos os cenários da nossa vida, pessoal, familiar, profissional ou social, bem entendidos, abrem portas das nossas relações. Estes valores são:

Igual Valor. Adultos e crianças têm a mesma possibilidade de exprimir os seus pensamentos, sentimentos, necessidades e desejos, o diálogo está aberto, assente no respeito mútuo e não no estatuto hierárquico.

Respeito pela Integridade. A integridade engloba tudo o que somos do ponto de vista físico e emocional. Dizer “não” a um filho não fere a sua integridade.

Autenticidade. O valor essencial para que todas as crianças possam ter a liberdade de ser quem realmente são. Que não sejam apenas um ser moldado ao gosto, desejo ou expectativa do adulto que o está a ajudar a crescer. Tantas vezes os adultos se esquecem de quem foram, apenas por quererem agradar a outros, agora trabalham diariamente para se lembrarem de quem realmente são.  

Responsabilidade pessoal. Todos somos responsáveis pelo que pensamos, sentimos ou desejamos. Devemos deixar as crianças e jovens assumirem esse mesmo poder pessoal. O excesso de controlo, transmite a mensagem de que não confiamos na criança ou jovem, deixa-a mais insegura e por vezes quase que acredita que é menos capaz. Desde tenra idade (sendo as tarefas adequadas ao grupo etário), devemos confiar na criança quanto à sua fome, capacidade de decisão sobre o quer vestir ou como vai arrumar os brinquedos, entre outras tarefas.

A Parentalidade Consciente permite que a criança e jovem cresçam num ambiente sem medo, onde se sentem respeitadas, vistas, ouvidas, valorizadas e amadas pelo ser humano que realmente revelam ser. 


SEGURANÇA 

Mala da farmácia de viagem 

Texto da Pediatra Dra. Inês Serras

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Farmácia em viagem

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Viajar é cada vez mais frequente, seja em trabalho, seja em férias, nomeadamente com crianças.

O que levar como medicação para a viagem surge, habitualmente, na hora de fazer a mala, para quem viaja com crianças

As necessidades de cada família, irão depender das idades das crianças, do destino e, eventualmente, da duração da viagem.

Quando nos deslocamos em viagem para fora do país, devemos ter em conta que, a alimentação, o clima e os costumes poderão ser diferentes dos nossos, o que poderá acarretar alguns riscos acrescidos para a saúde. Por forma a acautelar eventuais imprevistos, devemos saber quais as doenças que poderão surgir e os recursos de saúde existentes na região.

De um modo geral, na mala da farmácia de viagem poderão constar:

  • Monodoses de soro fisiológico, termómetro, ligadura, monodoses de desinfetante (ex.: Betadine), pensos rápidos, compressas esterilizadas, tesoura, pinça, etc.
  • Antipiréticos/anti-inflamatórios: paracetamol e ibuprofeno com referência às doses de acordo com o peso da criança (muito úteis em situações de febre ou dor aguda -dor de ouvidos, dor de garganta, etc.).
  • Anti-histamínicos orais ou pomada, no caso de alergia
  • Probiótico e solução de reidratação oral, para casos de diarreia e vómitos
  • Medicação habitual, no caso de doença pré-existente ou outros medicamentos que possam ser úteis, de acordo com o historial da criança.
  • Repelente com adequada proteção contra insetos que transmitam malária, dengue e febre amarela em países endémicos. O repelente deverá conter DEET ou IR3535.
  • Protetor solar e hidratante pós-exposição solar
  • Descongestionante nasal, para a congestão nasal
  • Laxante/clisteres para questões de obstipação

Antes da viagem deverá procurar o seu pediatra, no sentido de personalizar esta lista, de acordo com as possíveis necessidades do seu filho.

Tome especial atenção para o acondicionamento dos medicamentos.

No caso de viagem de avião, lembre-se que existem regras específicas para o transporte de medicação na bagagem de mão, de modo a poder aceder aos fármacos durante a viagem, ou em caso de perda/atraso da bagagem de porão (poderá consultar as especificações de cada companhia aérea no respetivo portal).

Idealmente, deverá ter uma cópia da receita médica, onde conste o nome da substância ativa e a dose dos medicamentos habituais, para controlo na segurança do aeroporto.

Os medicamentos sólidos, como comprimidos ou cápsulas, não têm restrições. O mesmo não se verifica no caso de xaropes, transportados na bagagem de mão. Estes deverão ser transportados em embalagens seladas, com volume máximo de 100mL (num máximo de 1 Litro por passageiro), dentro de um saco de plástico, semelhante aos artigos de higiene.

Se vai viajar dentro da Europa, considere fazer o Cartão Europeu de Seguro de Doença (hiperligação no site), que lhe permite aceder aos cuidados de saúde de serviços públicos do país onde se encontra. Se viajar para fora da Europa, é aconselhável fazer um seguro de viagem.

Uma fonte muito completa de informação para viagens pode ser consultada em:  www.travelhealthpro.org.uk


Transporte no automóvel

Texto da Pediatra Dra. Inês Serras

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Transporte no automóvel

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E porque as crianças são os nossos maiores tesouros, o transporte das mesmas em segurança é uma prioridade. O acidente rodoviário é a primeira causa de mortalidade nas crianças com menos de 10 anos, demonstrando a importância do cumprimento meticuloso de todas as regras recomendadas, independentemente da duração do trajeto.

As regras do transporte de crianças no automóvel têm vindo a sofrer algumas alterações ao longo do tempo. Em Portugal, o transporte de crianças encontra-se regulado no artigo 55.º do Código da Estrada. As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 135 cm de altura, devem ser transportadas por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu tamanho e peso.

Atualmente, existem 2 tipos de regulamento para a homologação de sistemas de retenção de crianças (SRC):

>> Regulamento ECE R44-04 mais antigo, que classifica SRC por grupos de peso, e segundo a variedade de modelos de automóveis (universal, semi-universal e específico para alguns veículos) em que podem ser instalados.

>> Regulamento ECE R129 (mais conhecido por i-Size): mais recente, o futuro. Pretende simplificar todo o processo de escolha e utilização de sistemas de retenção para crianças

Cadeiras homologadas pelo Regulamento R44-04

GRUPO PESO (Critério essencial) IDADE APROXIMADA
Grupo 0 Até 10 kg Só casos especiais. Recomendação do Ministério da Saúde
Grupo 0+ Até 13 kg Até aproximadamente aos 15 meses
Grupo I De 9 a 18 kg Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos
Grupo II De 15 a 25 kg Aproximadamente, desde os 3 anos até aos 7 anos 
Grupo III De 22 a 36 kg Aproximadamente, desde os 6 anos até aos 12 anos 

Cadeiras homologadas pelo Regulamento R 129

ALTURA (Critério essencial) IDADE APROXIMADA
Até 60 cm Só casos especiais
Até 75 cm Até aproximadamente aos 15 meses
Até 105 cm Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos

O peso é, em qualquer caso, um critério muito importante, uma vez que determina a resistência da cadeira (até as cadeiras homologadas pela altura, R129, estabelecem um peso máximo de utilização).

Principais diferenças entre regulamento R44-04 e R129

Caraterísticas R44-04 i-Size (R129)
Classificação Classificação baseada no peso (em kg) Classificação baseada na altura (em cm)
Grupos de SRC Grupos 0, 0+, 1, 2, 3 Sem grupos, apenas baseado na altura da criança
Direcção da marcha Sentido da marcha possível a partir dos 9kg (aproximadamente 9 meses) Sentido contrário à marcha obrigatório até aos 75 cm (aprox. 15 meses)
Sistema de instalação no automóvel ISOFIX, cinto de segurança ou uma combinação dos dois ISOFIX
Teste de impacto traseiro, lateral e frontal Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h Impacto lateral 24 km/h

No novo regulamento i-Size, a existência de teste de impacto lateral, o sistema ISOFIX, a facilidade de escolha e a obrigatoriedade de circular no sentido contrário à marcha até aos 15 meses, tornam a viagem das nossas crianças muito mais segura.

Os SRC homologados pelos regulamentos em vigor devem apresentar, em lugar visível, a seguinte etiqueta, onde é garantida a segurança do produto (regulamento ECE R44-04 vs R129)

 

Dez passos para a escolha do sistema de retenção (cadeira-auto) adequada ao seu filho:

  1. Verifique qual o SRC adequado ao seu filho, atendendo ao seu peso e altura
  2. A cadeira-auto deverá ser homologada pelos regulamentos R44-04 ou idealmente R129. Verifique a etiqueta
  3. Escolha uma cadeira que possa ir virada no sentido contrário à marcha, o mais tempo possível
  4. Não se aconselha o uso de cadeirinhas de segunda mão ou com mais de 4-6 anos de uso, uma vez que podem não assegurar a proteção necessária
  5. Verifique se o seu filho está devidamente preso ao sistema de retenção (idealmente cinto em 5 pontos)
  6. Verifique a compatibilidade do SRC com o seu veículo
  7. Certifique-se que a sua criança se encontra confortável
  8. No caso de assentos de elevação, estão recomendados o uso de elevadores com encosto
  9. Procure “cadeirinhas” que passaram no “Plus test” Sueco (apenas válido em cadeiras no sentido contrário à marcha)
  10. Compre a sua cadeira numa loja da especialidade, onde o poderão ajudar na escolha da opção mais adequada.

 

Questões frequentes relativamente ao transporte de crianças e SRC

Como devo transportar o meu filho, de frente, ou de costas?
A criança deve viajar no sentido contrário à marcha o maior tempo possível que, na recomendação mais recente, será pelo menos até aos 15 meses de vida. Está, inclusivamente demonstrado, que este benefício existe até aos 3-4 anos. Esta é a forma de transporte mais segura, não só devido ao tamanho desproporcionadamente grande da cabeça comparativamente ao corpo, nas idades mais jovens, mas também pela imaturidade e fraqueza dos músculos do pescoço para suportar da melhor forma o peso da cabeça, numa situação de travagem brusca ou acidente.

Posso transportar o meu filho no banco da frente?
A opção mais segura e obrigatória será o transporte nos bancos de trás. Existem apenas 2 exceções em que a criança poderá viajar à frente: no caso de ter menos de 3 anos e estar num SRC no sentido contrário à marcha, salvaguardando que o airbag do passageiro se encontra desativado; ou no caso de idade superior a 3 anos, quando não existem cintos de segurança no banco traseiro ou no caso de viatura comercial.

Qual o banco traseiro mais seguro?
O banco traseiro considerado mais seguro é o local do meio, pela maior distância ao local de colisão aquando de embate lateral. No entanto, este banco muitas vezes não apresenta sistema ISOFIX. Quanto às laterais, esquerda vs direita, sendo mais segura a entrada e saída de passageiros pelo lado do passeio, idealmente será o local eleito para colocação do SRC.

Quando devo mudar de cadeirinha?
Esta transição deverá ser feita quando a parte de cima da cabeça fica acima do bordo superior do encosto da cadeira, ou quando os ombros excedem em mais de 2cm a altura das ranhuras de passagem das correias quando estas já estão colocadas na sua posição mais elevada

Até quando tenho que transportar o meu filho num SRC?
A resposta mais certa é que deverá manter a cadeira-auto durante o maior tempo possível, enquanto a criança se mantiver confortável. No entanto a legislação portuguesa apenas obriga a sua utilização até aos 12 anos ou 135 cm de altura.

Para saber mais sobre segurança rodoviária infantil poderá consultar:
www.ansr.ptwww.apsi.org.pt


A prevenção do afogamento infantil

Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz

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A prevenção do afogamento infantil

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A morte por afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, com a maioria dos casos a ocorrer nos meses de junho, julho e agosto.

O afogamento é um acontecimento muito rápido e silencioso e que pode dar-se em quantidades muito reduzidas de água (uma criança pequena pode afogar-se em menos de um palmo de água). Nos últimos anos, têm sido encetados esforços para a promoção das medidas de prevenção, salientando-se o importante papel da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) – de acordo com a mesma, verificaram-se, nos últimos 15 anos, 238 afogamentos com desfecho fatal, registando-se ainda, para além dos óbitos, 572 internamentos na sequência de episódios de submersão (muitos com lesões neurológicas sequelares permanentes).

Que medidas podemos, então, adotar para minimizar os casos de afogamento?

  • Identificar grupos de maior risco: grupo etário dos 0-4 anos, sexo masculino, doenças crónicas adjacentes (epilepsia, arritmias cardíacas).
  • Reconhecimento dos locais mais problemáticos: piscinas, seguidas de rios, ribeiras e lagoas e, por fim, as praias. Em casa, baldes ou depósitos com água e banheiras cheias.
  • Apostar na prevenção a múltiplos níveis:
  • Ambiente físico: minimizar contacto com espaços potencialmente perigosos por meio da instalação de proteções físicas, como portões de fecho automático e vedações em redor das piscinas, tanques e poços.
  • Parental: supervisão constante das crianças nas imediações de locais de risco, evitar a presença de bonecos ou bóias dentro de água (que possam atrair a criança). Desincentivar mergulhos sem o prévio conhecimento da profundidade da água.
  • Desenvolvimento de competências na criança/adolescente: Saber identificar o perigo, promover noção básicas de natação (em especial após os 12 meses de idade), segurança aquática e de salvamento seguro, estimular o pedido de ajuda precoce, evitar áreas sem supervisão.
  • Uso de material apropriado: Dispositivos de flutuação pessoal (coletes salva-vidas).
  • Pais e cuidadores com treino de reanimação cardiorrespiratória.
  • Aumentar a sensibilização do público e destacar a vulnerabilidade das crianças.

O afogamento é, de facto, evitável.

Cabe-nos reconhecer a necessidade da instituição de medidas preventivas para que todos possamos providenciar um crescimento saudável e seguro para os nossos filhos.

Ler artigo completo: Artigos HPA 

Utilização correta da câmara expansora

Texto do Pediatra Dra. Inês Serras e Dr. Luís Gonçalves

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Utilização correta da câmara expansora

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A via inalatória é a via de eleição para administração de fármacos para o tratamento de doenças respiratórias.

Existem duas formas de administração: em aerossol e em câmara expansora. O aerossol é cada vez menos recomendado, pois é mais dispendioso e mais moroso de administrar. A câmara expansora é o meio de administração preferível, uma vez que é mais rápido, mais prático e mais confortável para a criança. Os tamanhos das câmaras variam em função da idade da criança:

  •  0-18 meses: máscara pequena (amarela)
  • 1-5 anos: máscara média (laranja)
  • Acima dos 5 anos: sem máscara a aplicação é bucal.

A eficácia do tratamento depende da correta utilização do dispositivo. Deve levar sempre o seu dispositivo inalatório quando for às consultas/atendimento permanente.

Preparação

A criança deve estar em pé ou sentada, idealmente calma.

  • Retirar o contentor cilíndrico da embalagem, aquecê-lo entre as mãos e adaptá-lo novamente; retirar a tampa protetora e com o inalador na vertical (L) inserir o bucal na parte de trás da câmara expansora
  • Se a criança tiver menos de 5 anos, adaptar a máscara no bucal da câmara expansora. A máscara deve adaptar-se à face de modo a não haver fugas. Aplicar a máscara na face da criança
  • Se a criança tiver mais de 5 anos, aplicar o bucal da câmara expansora entre os dentes, com a língua por baixo.

Tomar a medicação

  • Pressione o inalador apenas uma vez (1 “puff”)
  • Se a criança tiver menos de 5 anos: aguarde 5 respirações lentas (a válvula deve movimentar-se durante a respiração)
  • Se a criança tiver mais de 5 anos: peça-lhe que inspire lentamente e pause 4 segundos, mantendo os lábios bem cerrados
  • Se tiver sido prescrito mais do que um “puff”, retirar da boca e aguardar 30 segundos a 1 minuto para nova inalação
  • Agitar novamente o inalador adaptado ou não à câmara expansora e repetir os passos 1 e 2/3.

Limpar a câmara

  • Desmontar todas as peças possíveis e colocá-las em recipiente com água morna e detergente líquido da loiça, durante 15 minutos.

PROBLEMAS DE SAÚDE

Anafilaxia

Texto do Pediatra Dr. João Tavares

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Anafilaxia

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O que é a Anafilaxia?
É uma reação de hipersensibilidade imediata, aguda e sistémica, em que os sinais e sintomas refletem os efeitos fisiológicos da libertação de mediadores celulares (células mastocitárias e basófilos periféricos do sangue) que causam vasodilatação e espasmo da musculatura lisa, nomeadamente a nível brônquico. Ocorre após exposição a um de terminado antigénio.

Quais são as causas?
As causas mais habituais são a hipersensibilidade a alimentos, fármacos e picadas. De entre os antigénios alimentares, os mais comuns são ovos, leite, nozes, amendoim e marisco, sendo a apresentação rara antes dos 12 meses de idade. Antibióticos, nomeadamente penicilina e cefalosporinas, e anestésicos tópicos são agentes frequentes em idades mais tardias.

Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem geralmente segundos a minutos após a exposição ao antigénio (que pode ou não ser previamente conhecido). Habitualmente existe rubor, prurido localizado a generalizado, lesões cutâneas, tonturas, lacrimejo, olho vermelho, edemas labial e perioral. Pode estar associada falta de ar, dificuldade em engolir, cólicas, náuseas, vómitos. Choque anafilático, angioedema e obstrução brônquica são geralmente manifestações de doença grave e, nesses casos, representam uma emergência pediátrica.

Como posso ajudar o meu filho? Devo recorrer ao Hospital?
Perante a suspeita de uma reação anafilática, deve ser realizada uma observação médica. Nos casos ligeiros, o tratamento de suporte pode ser suficiente e estudo analítico pode ajudar a definir a etiologia. O tratamento de eleição é a adrenalina (aumenta a resistência vascular periférica, relaxa o músculo liso e alivia o edema e a urticária) e pode ser administrada através de canetas injetáveis previamente prescritas pelo médico assistente ou em contexto hospitalar nos casos sem historial prévio.

Conforme a gravidade da situação, podem ser terapêuticas adicionais e, pelo risco de reação bifásica com reaparecimento dos sintomas 6-24h após a manifestação inicial, pelo que se devem manter sob observação clínica durante este período.

O que acontece após a alta?
Os casos confirmados de anafilaxia devem ser encaminhados a uma consulta de Imunoalergologia, de forma a identificar/otimizar evicção do antigénio e conduta de atuação em caso de nova reação anafilática.

Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.

Escabiose

Texto do Pediatra Dr. João Tavares

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Escabiose

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O que é a Escabiose?
A escabiose, também conhecida como sarcoptose ou sarna, é uma ectoparasitose cutânea causada pelo Sarcoptes scabiei variante hominis, de elevada incidência mundial e frequente em idade pediátrica. É altamente contagiosa, com transmissão por contacto cutâneo direto ou, menos frequentemente, por fómites, sou seja, através de superfícies/objetos, atingindo todos os grupos etários e classes sociais.

Como se pode manifestar?
Geralmente manifesta-se por uma erupção cutânea inicialmente localizada (com disseminação posterior), muito pruriginosa e que frequentemente atinge múltiplos conviventes ou coabitantes. Nas crianças mais pequenas (habitualmente nos dois primeiros anos de vida), pode predominar um atingimento das palmas e plantas e pode ser associado a clínica inespecífica, estando o prurido muitas vezes ausente e manifestando-se inicialmente como perturbações do sono/alimentação e irritabilidade. Mesmo após um tratamento eficaz, o prurido cutâneo pode-se manter por 2-4 semanas após o tratamento, sem que isso indique a ausência de cura.

Como é feito o diagnostico e onde me devo dirigir?
O diagnóstico é clínico, podendo ser realizado por um pediatra / dermatologista. Pode dirigir-se ao Serviço de Atendimento Permanente ou agendar uma consulta de Pediatria / Dermatologia. Após a realização do tratamento é recomendada uma reavaliação clínica após duas semanas para confirmação de cura. Em casos particulares, perante dúvida clínica ou inexistência de resposta terapêutica, pode-se recorrer à confirmação por observação microscópica.

Como se trata?
O tratamento curativo é geralmente tópico, adaptado à idade e caso-a-caso, sendo geralmente extensível a todo o agregado familiar (colegas de sala e professores assintomáticos não necessitam de tratamento). Não deve ser esquecido o tratamento de suporte, com vista a minimização do prurido e lesões secundárias associadas e a otimização da regeneração da pele. O tratamento concomitante dos fómites (lençóis, roupas, etc.) é essencial para evitar a reinfeção.

A criança pode regressar à escola após o tratamento?
Após 24h de tratamento eficaz, a criança e os pais podem regressar às atividades letivas e escolares sem restrições.

Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.


A criança bateu com a cabeça

Texto do Pediatra Dr. António Salgado

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O meu filho bateu com a cabeça

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Os traumatismos cranianos são frequentes em pediatria, principalmente nos primeiros anos de vida, secundários principalmente a acidentes.

Na sua maioria são ligeiros e sem consequências, mas grande motivo de preocupação para os pais, havendo alguns sintomas que, se presentes, devem motivar a observação da criança, pelo risco aumentado de lesão intracraniana.

Após um traumatismo craniano, as crianças e/ou jovens devem ser vigiados relativamente a alguns sinais e sintomas que podem determinar a gravidade da situação. Estes embora mais frequentes nas primeiras 12h após o traumatismo, devem ser alvo de vigilância até cerca de 48h depois.

Se presentes podem implicar a realização de um exame de imagem.

Assim devem ser observados, se:

  • Apresentarem sonolência exagerada com despertar difícil e fora das horas habituais de dormir
  • Alteração do comportamento habitual (agitação, irritabilidade)
  • Vómitos persistentes (3 ou mais)
  • Dor de cabeça intensa e a piorar (sem melhoria com paracetamol)
  • Convulsão ou desmaio
  • Falta de força ou “dormência” num lado do corpo
  • Alteração da visão, fala ou da marcha (desequilíbrio)
  • Saída de sangue ou líquido pelo nariz ou ouvido
  • Se tem menos de 2 anos e existir abaulamento da fontanela anterior (“moleirinha”)
  • Hematoma na cabeça que não seja anterior
  • Mecanismo de alto impacto: queda superior a 90 centímetros em crianças com menos de 2 anos ou mais de 1,5 metro em crianças com mais de 2 anos, acidente de viação, atropelamento ou ferida penetrante
  • Se tem ferida sangrante ou hematoma a aumentar

Se não tiver nenhum destes sinais e sintomas, pode aplicar gelo sobre o local, pode administrar o paracetamol (com a ressalva se a dor de cabeça piora deve ser observado) e promover um ambiente calmo.

Não esquecer que prevenir é melhor que remediar.

Assim, as crianças devem sempre usar capacete, quando andarem de bicicleta ou skate, devem ter sempre um adulto por perto quando andam, cumprir as regras de segurança para o transporte em automóvel e ensinadas as regras do transito assim que sejam compreendidas, devem ser aplicadas barreiras em escadas, nunca devem ser deixados em sítios altos sem apoio de um adulto, desde os primeiros dias.

Obesidade na infância

Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda

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Obesidade infantil

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A obesidade infantil tem-se tornado um problema importante de Saúde Publica nos últimos anos.

Dado o conhecimento atual de que hábitos alimentares errados e excesso de peso podem ter efeito prejudicial para toda a vida, é fundamental dar a devida importância a este tema.

O cálculo do índice de massa corporal, baseado na estatura e peso, é o parâmetro que define excesso de peso e obesidade, de acordo com curvas de percentis ajustadas para a idade e género da criança. 

As crianças com excesso de peso e obesidade têm risco aumentado de várias doenças na idade pediátrica e adulta, incluindo asma, hipertensão arterial, patologia osteoarticular (joelhos e costas), doenças de fígado, apneia do sono, diabetes, enfartes do miocárdio e alguns tipos de cancro.

O balanço entre fatores genéticos, ingestão alimentar (em quantidade e qualidade) e a atividade física, resultam no peso adequado ou exagerado em cada situação. Na avaliação do excesso de peso e obesidade podem ser necessários exames complementares para perceber mais completamente o caso em questão.

Para ajudar as crianças a ter um peso saudável é necessário investir na alimentação adequada (com várias porções de fruta e vegetais por dia, é importante fazer boas escolhas na comida que compram para casa), na redução de “tempo de ecrã” e atividades sedentárias, programar atividade física diária, beber água (evitar sumos e refrigerantes), promover horas adequadas de sono.

Os objetivos devem ser realistas e faseados, e toda a família deve estar envolvida no propósito de atingir um peso mais saudável para a criança. Poderão sempre procurar ajuda com o vosso médico assistente e nutricionista/técnicos de exercício físico. 


O meu filho tem diarreia

Texto do Pediatra Dr. António Salgado

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O meu filho tem diarreia

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O que é diarreia?
A diarreia é um aumento no volume de fezes face ao normal da sua criança.

Em bebés, que habitualmente tem mais trânsitos intestinais, significa que as fezes são mais aquosas ou ainda mais frequentes.

Nos mais velhos, podem apresentar apenas um aumento no número de fezes diárias (geralmente 3 ou mais).

O que causa a diarreia?
As causas mais comuns para diarreia são infeções virais e efeitos secundários após toma de antibiótico. As bacterianas são menos frequentes.

Se as dejeções são acompanhadas por sangue e muco (parece “ranho), a probabilidade de infeção bacteriana é maior e a criança deve ser observada e eventualmente colher uma cultura das fezes, para excluir estas causas.

O que devo fazer?
A sua criança pode continuar a comer uma dieta normal, nomeadamente: carnes brancas, arroz, pão, massas, leite e iogurte (sem lactose), frutos e vegetais (exceto, por exemplo, algumas frutas como a ameixa e vegetais de folha verde). Devem ser evitadas comidas com gordura e bebidas com açúcar.

Caso seja amamentada, deve manter o aleitamento materno.

Os alimentos devem ser oferecidos, sem insistir, uma vez que pode ter menos apetite.

Devem ser reforçados os líquidos, oferecendo mais vezes por dia e pode ser administrada uma solução de hidratação oral (que existe com o fim de promover uma hidratação equilibrada).

Para promover uma normalização do transito intestinal, podem ser administrados pré e probióticos (existindo várias formulações disponíveis). Existem outros medicamentos adjuvantes, como antissecretórios, entre outros, que devem ser administrados apenas por recomendação do seu médico.

Quando deve ser observado/a?

  • Se apresentar sinais de desidratação, como língua seca, choro sem lagrima, menos micções, olhos encovados ou fontanela (“moleirinha”) deprimida.
  • Se estiver prostrado (sonolento e menos reativo a estímulos) ou com irritabilidade e gemido.
  • Se as dejeções forem muito frequentes (mais de 6 em 12 horas) e/ou que extravasam a fralda.
  • Se tiver vómitos persistentes (apos o segundo consecutivo)
  • Se a diarreia for sanguinolenta.
  • Se tiver menos de 12 meses e não comer ou beber nada por mais de algumas horas.
  • Se tiver dor abdominal continua, intensa e/ou persistente.
  • Se tiver febre alta (>39.5ºC axilar) e difícil de baixar (mesmo após
  • medicação). 

Pronação dolorosa

Texto do Pediatra Dr. João Tavares

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Pronação dolorosa

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O que é a pronação dolorosa?
A pronação dolorosa é uma lesão do cotovelo que ocorre frequente e exclusivamente em idade pediátrica. Trata-se de uma subluxação (separação parcial das superfícies articulares) da cabeça de um dos ossos do antebraço, o rádio, na zona do cotovelo. É a lesão do cotovelo mais frequente nas crianças e ocorre normalmente entre os 12 meses e os 4 anos.

Em que circunstâncias ocorre?
Normalmente, ocorre quando o membro superior da criança é puxado subitamente para cima quando esta tem o antebraço em pronação (isto é, com a palma da mão a apontar para trás). Este movimento é frequente quando a criança é elevada do solo pelas mãos, com os cotovelos esticados (comum quando esta tropeça e é puxada pela mão para não cair ao chão) ou, num movimento idêntico, quando se “pendura” por uma ou ambas as mãos num sítio mais elevado.

Porque é que acontece?
Com o movimento previamente descrito, a cabeça do rádio é puxada para fora e o ligamento que a “segura” no sítio (ligamento anular) desliza para dentro da articulação, ficando entre as duas estruturas e impedindo o regresso da cabeça do rádio à sua posição natural. Isto ocorre porque o ligamento nas crianças é fino e elástico. Com o crescimento, este torna-se mais espesso e forte, pelo que a lesão não acontece nos mais velhos.

Como se manifesta?
Após a lesão, a criança sentirá dor se tentar fazer supinação do antebraço (movimento contrário à pronação, ou seja, virar a palma da mão para a frente), porque estará a ‘apertar’ o ligamento que saiu do sítio. Assim, a criança evita fazer este movimento e tenderá a não utilizar o membro envolvido, mantendo-o quieto junto ao corpo, com o cotovelo estendido ou ligeiramente fletido e antebraço em pronação. Normalmente, os pais notam que, se oferecerem um brinquedo à criança, ela utiliza sempre o outro braço.

Como se diagnostica?
O diagnóstico é clínico, ou seja, através do exame físico da criança e da história clínica fornecida pelos pais. Não é necessária, por rotina, radiografia ou outro exame complementar de diagnóstico. Se o traumatismo tiver sido mais complexo que um simples “puxão” pode haver fratura óssea – mas, nesse caso, existem outros achados ao exame físico, como inchaço da articulação e dor local, mesmo com o braço em repouso.

Como se trata?
O tratamento consiste numa manobra feita por um médico. Não é preciso anestesia ou sedação – embora seja dolorosa para a criança, a manobra é rápida. É realizada uma manipulação específica no membro superior afetado, que devolve as estruturas à sua posição normal. O sucesso da manobra é confirmado quando a criança volta a movimentar o braço, o que habitualmente ocorre alguns minutos depois – algumas crianças poderão demorar mais tempo que outras a mover o braço, por receio que volte a doer. Depois disto, não é necessário imobilizar o braço nem fazer repouso.

Pode voltar a acontecer? Como prevenir?
Após o episódio, o ligamento anular fica mais “laxo” pelo que é mais provável a recorrência. Até o ligamento ficar mais forte e tenso, o que acontece pelos 4-5 anos, a pronação dolorosa pode voltar a acontecer, pelo que é importante evitar puxar a criança pelo braço. Se a situação se repetir, a criança deverá ser levada ao médico, para que este realize a manobra – os pais não deverão tentar realizá-la, mesmo que já a tenham visto fazer uma vez ou mais.

Há consequências a longo prazo?
Não, a criança não ficará com sequelas ou limitações no futuro, mesmo que os episódios sejam recorrentes.



Doença Celíaca

Texto da Pediatra Dra. Ana Mariano

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O meu filho tem diarreia

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A doença celíaca é uma doença inflamatória imunomediada do intestino delgado, crónica, também conhecida por enteropatia sensível ao glúten. 

É causada pela sensibilidade ao glúten e suas proteínas existentes na dieta, em pessoas geneticamente predispostas. Os grãos que contêm as proteínas desencadeadoras são o trigo, cevada e centeio.

Afeta aproximadamente 0,5 a 1% da população em geral. Existem certos grupos em que a prevalência é maior, nomeadamente nas crianças com Síndrome de Down, Diabetes Mellitus tipo 1, Deficiência Seletiva de Imunoglobulina A (IgA), Tiroidite Autoimune, Síndrome de Turner, Síndrome de Williams e Artrite Crónica Juvenil, nos quais o risco de doença celíaca é aproximadamente 3 a 10 vezes maior do que na população em geral.

A doença celíaca é uma condição subdiagnosticada, devido à sua apresentação heterogénea de sinais e sintomas clínicos. Pode estar associada a um conjunto de manifestações clínicas clássicas, nomeadamente diarreia crónica ou intermitente, obstipação, dor abdominal, distensão abdominal, náuseas ou vómitos recorrentes. Mas também podem estar associados sinais ou sintomas extraintestinais, nomeadamente perda ponderal, atraso de crescimento, atraso pubertário, amenorreia, irritabilidade, neuropatia, artrite ou artralgia, anemia por deficiência de ferro que não responde à terapêutica com ferro, diminuição da mineralização óssea (osteopenia ou osteoporose), fraturas de repetição, estomatite aftosa recorrente, exantema tipo dermatite herpetiforme, defeitos no esmalte dentário ou aumento das transaminases (ALT).

Para crianças com sintomas que possam ser atribuídos ao glúten, é importante testar a doença celíaca. O teste deve ser realizado antes de eliminar o glúten da dieta, pois esses testes podem ser falsamente negativos se realizados durante uma dieta sem glúten.

O tratamento apropriado é uma dieta com exclusão de glúten para toda a vida, resultando na resolução completa da inflamação intestinal e dos sintomas, com redução do risco de complicações adversas a longo prazo, nomeadamente neoplasias intestinais.

A obtipação

Texto da Pediatra Dra. Ana Mariano

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Pronação dolorosa

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A obstipação afeta 10 a 30% das crianças e é responsável por cerca de 3 a 5% de todas as consultas de Pediatria.

A obstipação carateriza-se por uma diminuição da frequência das dejeções, fezes duras e pequenas, evacuação difícil ou dolorosa de fezes de grande diâmetro e incontinência fecal (evacuação voluntária ou involuntária de fezes para a roupa interior). A maioria das crianças com incontinência fecal tem obstipação subjacente.

A obstipação funcional, sem patologia associada, é responsável por mais de 95% dos casos de obstipação em crianças saudáveis e é particularmente comum entre as crianças em idade pré-escolar. Crianças mais velhas e adolescentes podem ter obstipação funcional não reconhecida, pela dificuldade em falar dos seus hábitos intestinais.

Existem fases do crescimento em que o risco de ocorrência de obstipação é maior:
Lactentes e crianças

  • após a introdução de cereais e alimentos sólidos na dieta (seis meses a um ano de idade)
  • durante o desfralde (dois a três anos de idade)
  • durante o início da escola (três a cinco anos de idade)

Adolescentes
A ocorrência de distúrbios alimentares, stress escolar, perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) podem promover ou exacerbar a obstipação. 

A incontinência fecal associada à obstipação funcional é especialmente importante nas crianças e adolescentes, pois está associada a uma baixa autoestima e ao isolamento social e pode ter um grande impacto negativo na qualidade de vida.

Hábitos dietéticos. A dieta moderna tem sido considerada um fator importante para a obstipação infantil. Atualmente as crianças consomem grandes quantidades de alimentos altamente processados ​​em detrimento de frutas, vegetais e fibras.

Embora a obstipação funcional seja uma condição frequente, não deve ser ignorada, pois o prolongar da situação, potencia a dificuldade e aumento da duração do tratamento.



A minha criança tem varicela?

Texto do Pediatra Dr. António Salgado

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Anafilaxia

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A varicela é uma infeção causada pelo vírus Varicela-Zoster. É muito contagioso, sendo o contágio feito através do contacto com as secreções nasais e saliva da criança ou com o conteúdo das vesículas cutâneas.

Os primeiros sintomas podem surgir até 21 dias (3 semanas), após o contacto com outra pessoa com varicela.

Inicialmente surgem, dispersas pelo corpo, manchas vermelhas que progressivamente evoluem para pápulas e pequenas vesiculas de conteúdo transparente, que posteriormente secam. Estas causam comichão.

Uma característica da varicela é poderem ser observadas estas 4 fases em simultâneo na mesma criança, o que não acontece com outros exantemas.

Atingem também o couro cabeludo e as mucosas (boca).

Demoram em média 6 a 9 dias até cicatrizarem.

É uma doença de evicção escolar e as crianças são contagiosas até estarem todas as vesiculas em fase de crosta.

Outros sintomas para além da comichão podem ser mal-estar geral, febre e dor referida a boca (resultante de aftas que o vírus provoca).

O que devo fazer?

Há algumas medidas que podem ajudar a aliviar a comichão, como: cortar as unhas rentes, banho com água tépida e solução de lavagem sem sabão, utilizar produtos cutâneos não abrasivos e reforçar a hidratação da pele.

Devem ser observados pelo médico, que eventualmente, prescrevera:

  • Anti-histamínico, para prevenir a comichão
  • Paracetamol para febre, porque o ibuprofeno deve ser evitado neste caso
  • Analgesia tópica para aftas
  • Creme hidratante com caladrina
  • Solução de lavagem sem sabão
  • Antiviral (aciclovir), se a criança for observada até 48 horas do início das vesiculas, que permite diminuir a intensidade e duração da doença, mas apenas se administrado na altura certa

Quando deve voltar a ser observado/a?

Podem existir complicações que devem motivar a re observação, nomeadamente:

  • Alterações na pele sugestivas de infeção – rubor marcado, inchaço, pus ou dor
  • Vesiculas peri-oculares
  • Presença de sintomas respiratórios, como por exemplo a tosse, principalmente se acompanhada de persistência de febre para alem de 3-4 dias, com picos mais próximos e prostração.
  • Alteração do comportamento (maior sonolência, irritabilidade) ou do equilíbrio na marcha

 


Gerir a febre em Pediatria

Texto do Pediatra Dr. António Salgado

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O que é a febre e como medir?

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O que é a febre e como medir?
É a temperatura 1°C acima da média da temperatura basal diária individual, no mesmo local de medição.

Se esta não for conhecida, considera-se febre os seguintes valores:

  • Retal ≥ 38ºC
  • Axilar ≥3 7,6ºC
  • Timpânica ≥ 37,8ºC
  • Oral ≥37,6ºC

A febre é uma manifestação de combate às infeções e, por isso, benéfica. Quando as situações com febre são graves (5% dos casos), existem sempre outras manifestações associadas, os chamados “sinais de alerta”.

Quais são os “sinais de alerta” numa criança com febre?
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve ser observada:

  • Irritabilidade e/ou gemido mantido
  • Sonolência excessiva ou incapacidade em adormecer
  • Choro inconsolável/Não tolerar o colo
  • Face/olhar de sofrimento
  • Respiração rápida com cansaço
  • Lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida térmica
  • Urina turva e/ou com mau cheiro
  • Convulsão
  • Manchas na pele nas primeiras 24 a 48 horas de febre
  • Vómitos repetidos entre as refeições
  • Sede insaciável
  • Recusa alimentar total superior a 12 horas
  • Dificuldade em mobilizar um membro ou alteração na marcha
  • Febre com mais de 5 dias.

Numa criança com febre, quais os “sinais tranquilizadores”?
Embora possam ser incomodativos para a criança e poderem exigir observação médica, estes sinais sugerem doença sem gravidade:

  • Criança que brinca e tem atividade normal
  • Sorriso aberto ou fácil
  • Dor a engolir com placas brancas na garganta e/ou associada a olhos vermelhos e/ou a tosse
  • Gengivas dolorosas, vermelhas, sangrantes
  • Aftas orais
  • Diarreia ligeira (ou moderada) sem sangue, muco ou pus
  • Come menos, mas não recusa os líquidos
  • Acalma ao colo e tem comportamento habitual
  • Tosse seca e irritativa muito frequente, sendo o sintoma que mais perturba a criança
  • Pieira sem dificuldade respiratória
  • Olhos vermelhos com secreções
  • Manchas vermelhas dispersas, que surgem só a partir do 4º dia de febre.

 


O que fazer quando a criança/adolescente tem febre?

  • Oferecer água e/ou leite; adequar o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite

  • Se está confortável não é preciso baixar a temperatura, mas vigiar se surgem os “sinais de alerta” (descritos anteriormente)
  • Se está desconfortável, deve tomar um antipirético (que também é analgésico, isto é, alivia a dor); mas não se deve fazer arrefecimento (banho, compressas, ventoinhas) para baixar a temperatura
  • Como antipiréticos, utilizar o paracetamol e/ou o ibuprofeno (exceto se: alergia; idade < 6 meses; varicela; diarreia e vómitos moderados a graves). Podem ser administrados individualmente de 8/8h ou, se picos febris próximos, alternados até 4/4h.

Considera-se que o antipirético é eficaz se baixar a temperatura 1,0º a 1,5ºC em 2 a 3 horas. O objetivo do antipirético é aliviar o desconforto da criança e não eliminar a febre a todo o custo. Mesmo não medicada, a temperatura acabará, em regra, por baixar espontaneamente algumas horas depois, voltando a subir ao fim de poucas horas, e assim sucessivamente, até a doença passar.

Quando é que uma criança/adolescente com febre deve recorrer ao hospital/contactar pediatra?

  • Idade inferior a 3 meses de idade (idade corrigida se prematuros)
  • Idade inferior a 6 meses com temperatura axilar ≥ 39,0ºC ou retal ≥ 40,0ºC
  • Temperaturas axilares superiores a 40,0°C ou retais superiores a 41,0°C
  • Presença de um ou mais “sinais de alerta” (descritos anteriormente)
  • Se coexistir uma doença crónica grave
  • Se febre há 5 ou mais dias, ou se a febre reaparecer após 2 a 3 dias de temperaturas normais.

Pontos-Chave a reter

  • A febre é apenas um sintoma e não uma doença
  • O tratamento da febre (antipiréticos) não encurta a duração da febre nem contribui para a resolução da doença causal; se a temperatura não voltar ao normal após a administração dos antipiréticos, só por si, não é sinal de gravidade desde que baixe de 1,0º a 1,5ºC
  • O tratamento da febre previne convulsões febris que, globalmente, são pouco comuns (< 1% dos episódios febris até aos 2 anos, diminuindo depois dessa idade); as convulsões assustam quem as presencia, mas, em regra, não provocam danos cerebrais
  • Na fase de subida da febre o arrefecimento (com banho, compressas húmidas, álcool ou ventoinhas) está desaconselhado: não contribui para o controlo da doença, nem para o bem-estar da criança
  • A presença de “sinais de alerta”, o estado geral da criança e/ou ter menos de 3 meses de vida, são mais importantes do que os graus da temperatura e/ou a duração da febre
  • O aparecimento (ou não) dos “sinais de alerta” dita a necessidade (ou não) de ser observado, independentemente do dia de febre
  • As viroses, responsáveis pela grande maioria dos episódios febris, duram em média 4 dias completos (e 5 dias, ou mais, em 30% dos casos).